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Clientes no Bengo devem à ENDE mais de três mil milhões de kwanzas

Alfredo Ferreira | Caxito

Jornalista

Os clientes da Empresa Nacional de Distribuição de Energia (ENDE), no Bengo, têm uma dívida avaliada em mais de três mil milhões de kwanzas, revelou o director provincial.

21/05/2023  Última atualização 08H31
Apesar das dificuldades de ordem financeira, ENDE no Bengo continua a garantir um bom serviço de fornecimento de energia © Fotografia por: DR

Lucas Machado avançou que, além dessa dívida, os clientes têm uma necessidade de débito sobre o consumo de água, estimada em mais de 200 milhões de kwanzas.

O director provincial da ENDE disse que entre os maiores devedores se encontram as empresas públicas e algumas privadas. Neste momento, a empresa fornece electricidade a um total de 28.457 clientes, dos quais 11 mil são do sistema pré-pago, 200 de média tensão e 30 estão desactivados.

Quanto à capacidade de produção, o director da ENDE no Bengo salientou que "dentro das novas políticas da empresa, temos a previsão de produzir cerca de 15 milhões de quilovolts, contra os actuais 14 milhões de quilovolts por hora”.

Actualmente, a empresa factura, mensalmente, entre 120 a 130 milhões de kwanzas, mas o director referiu que o objectivo é atingir ou superar os 150 milhões de kwanzas.

Lucas Machado salientou que a nível da produção de energia de alta tensão, a ENDE possui cinco subestações com potências de 130 MVA, além das instalações das Mabubas e Capari, que têm uma potência de 40 MVA cada, Ambriz com 10 MVA, Barra do Dande e Panguila, ambas com 20 MVA. A província do Bengo conta, também, com um total 397 postos de transformação (PT) de média tensão, dos quais 159 são públicos e 238 privados.

 

Tratamento de resíduos sólidos

As obras do Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos, um serviço importante que serve para tratar de todos os dejectos provenientes dos esgotos, estão, nesta altura, condicionadas à conclusão da segunda fase das Infra-Estruturas Integradas da Cidade de Caxito.

"Naquelas residências, que têm as suas próprias fossas, o tratamento está a ser feito localmente, uma situação em desuso nas cidades modernas”, disse o responsável da EPA-Bengo.

Os deputados da Assembleia Nacional pelo círculo provincial do Bengo, mostraram-se satisfeitos com os projectos em curso nos dois sectores. Os deputados visitaram os dois sectores com o objectivo de constatarem o funcionamento e inteirar-se da prestação dos serviços da ENDE e da EPA-Bengo.

Os deputados afirmaram à reportagem do Jornal de Angola que, independentemente de haver estes constrangimentos, notaram que alguma coisa está a ser feita e as populações dos municípios do Dande e de Ambriz, por onde passaram, manifestam satisfação com o melhoramento do fornecimento de energia.

A delegação parlamentar, que integrou os deputados João Mpilamosi e Joel Pacheco, visitou o sistema de captação das Mabubas, Estação de Tratamento de Águas Residuais de Caxito, direcção provincial da ENDE, PT da localidade do Panguila e várias obras no município do Ambriz.

 

Estradas do Ambriz

No que toca às estradas, o coordenador dos deputados no Bengo deu a conhecer que, no município do Ambriz, decorrem esforços para que se asfalte os 21 quilómetros de ruas da vila sede.

João Mpilamosi disse que foi informado pela administradora Municipal do Ambriz, Anastácia de Vascocelo, que o projecto de asfaltagem está em processo de revisão e dentro de algum tempo estará concluído e adjudicado a uma empresa construtora para o arranque das obras.

Quanto às localidades do Tabi e Bela Vista, que carecem de energia, o deputado disse que tem a informação de que o projecto está quase concluído e que, nos próximos tempos, as comunas vão beneficiar deste bem.

Em relação à Saúde, os deputados receberam informações das autoridades locais que o Hospital Municipal do Ambriz tem dado resposta de atendimento médico e medicamentoso, apesar de queixa por mais médicos.

Salientou que essas informações deixam satisfeito o Núcleo dos Deputados, tendo em conta que, o hospital, também, atende os utentes de outras comunidades daquela região do Bengo, com destaque para Nambuangongo, e da vizinha província do Zaire.

Explicou que as obras do centro de captação e distribuição de água, com capacidade de 150 metros cúbicos, quando forem concluídas, vão atender mais de 300 famílias no município.

 

"Tudo para dar certo”

João Mpilamosi reconheceu, também, que "o município do Ambriz tem tudo para dar certo”, por ser uma região potencialmente económica, turística e histórica.

"Vamos ter muito a ganhar com o turismo de pesca, praias, sítios históricos, se soubermos explorar bem esses recursos” disse, para avançar que todos os municípios do país recebem 25 milhões de kwanzas, no âmbito do Fundo de Equilíbrio, acrescidos mais três milhões para a implementação da merenda escolar.

Por isso, apelou às administrações no sentido de comunicarem o que têm feito, para que a população possa saber o que está a ser executado em termos de projectos sociais.

 

Concluídos cinco projectos

A administradora municipal do Ambriz, Anastácia de Vasconcelos, afirmou que a localidade tem 13 projectos do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), dos quais cinco já concluídos, quatro em execução e igual número por iniciar.

Esclareceu que os projectos em execução são da Estação de Tratamento da Água, duas escolas do ensino primário (de sete salas), centro de saúde da comuna do Tabi, enquanto em carteira estão a electrificação das comunas de Bela Vista e Tabi e a construção de uma escola na aldeia de Quintuga. A administradora referiu-se, ainda, ao centro de saúde da Bela Vista, da construção e apetrechamento de duas escolas (ambas de sete salas) na sede e aquisição de dois kits de terraplanagem e de saneamento básico.

Sobre as vias de comunicação, Anastácia de Vasconcelos disse que o município tem 22 quilómetros asfaltados do desvio da Estrada Nacional nº 100, localidade do Tuzolana, até à vila, prevendo-se a asfaltagem de 64 quilómetros entre o desvio do referido troço à sede comunal da Bela Vista.

Além disso, consta na programação das autoridades, a asfaltagem dos 12 quilómetros que vão dar ao Tabi e outros 21 quilómetros no casco urbano da sede municipal.

No sector da Educação, a gestora municipal afirmou que, no presente ano lectivo, foram matriculados 10.196 alunos, assegurados por 357 professores de 23 instituições escolares públicas, com 140 salas de aula. No sector de Saúde, o município conta com um Hospital Municipal, dois centros de saúde nas comunas e nove postos médicos em diferentes localidades.

 

  Extensão da distribuição de água a mais localidades 

O sector das Águas a nível do Bengo, também, enfrenta vários desafios. Um deles é terminar, ainda este ano, as obras da nova Estação de Tratamento de Águas das Mabubas.

O administrador para a Área Técnica da EPA-Bengo, Joelson Gomes, garantiu que, quando as referidas obras estiverem concluídas, o número de clientes vai aumentar de seis para dez mil beneficiários. Os responsáveis da ENDE e EPA forneceram estas informações a uma comitiva de deputados que visitou as referidas empresas, para avaliar o grau de prontidão das instituições.

No fim dos trabalhos, o deputado João Mpilamosi disse que é preciso que se resolvam os problemas financeiros que a EPA-Bengo enfrenta, para que possa realizar alguns projectos gizados pelo sector.

Quanto à questão financeira, aos deputados, o administrador para a Área Técnica exemplificou que a gestão das infra-estruturas na Urbanização do Capari, Panguila e Barra do Dande depende, ainda, da EPAL, o que faz a EPAS-Bengo perder dinheiro. "Há toda urgência em transferir todos os activos da EPAL para a EPA-Bengo, no sentido de assumirmos a sua gestão”, disse o administrador.

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