A garantia foi dada pelo ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, quando realizava uma visita de constatação às duas salas de cinema abandonadas há mais de duas décadas, mas não avançou uma data provável para o início das obras de reabilitação.

O cine Ruacaná, era constituído por uma unidade hoteleira e por um restaurante, que já foram alienados, enquanto o São João que pertence ao Estado, dispõe de uma gigante sala de espectáculos.

O ministro Filipe Zau disse que a recuperação dessas salas não vai ser barata e que levará muito tempo, uma vez que as partes da estrutura que suportam o palco e o tecto são de madeira. "É preciso retirar o palco e o tecto de madeira, porque estão fortemente degradados. É preciso recuperar este património, pois tem uma sala digna para um bom teatro, tem uma ‘boca de cena’ muito grande e um fosso para músicos, com uma plateia para mais de seiscentos pessoas”, referiu.

O governante frisou que para a reabilitação do cine Ruacaná é necessário conhecer mais coisas, desde o sistema de instalação eléctrica, para facilitar o início dos trabalhos. "O cine Ruacaná é um espaço privilegiado para que os artistas locais possam desenvolver as suas criações e realizar espectáculos”, assegurou.

Pelo seu valor patrimonial, disse, esta infra-estrutura também pode ser considerada como um edifício turístico, pelo seu poder histórico a nível do Planalto Central, por causa da boa memória que deixou para uma determinada geração, que viu o cine Ruacaná a funcionar em pleno e a sua recuperação vai trazer mais-valias.

"Estamos a fazer aquilo que já se devia ter feito há muitos anos e que não se fez. Agora é olhar ao que se pode fazer e que ainda não o fizemos”, disse Filipe Zau.

O cine São João, referiu, por outro lado, tem um nível de degradação muito elevado e por não estar na lista das estruturas consideradas como património nacional cultural, pelo seu actual estado, fica melhor aproveitar o terreno, ser destruído os escombros e construir uma estrutura de raiz, pois como afirmou Filipe Zau "a sua reabilitação pode ficar muito mais cara”.