Cultura

Cine Geração 80 apresenta hoje filmes sobre a música

Mário Cohen

Jornalista

Quatro filmes nacionais, que narram factos históricos e marcantes da música nacional, começam a ser exibidos, hoje, às 18h00, no Cine Geração 80, na Rua Ramalho, Bairro Alvalade, em Luanda.

02/02/2023  Última atualização 07H40
Realizador Jorge António (à esquerda) com o músico Toy Amaro durante a gravação do filme © Fotografia por: DR

Trata-se das longas-metragens "Kuduro: Fogo no Musseke”, de Jorge António, "O Lendário Tio Liceu e os Ngola Ritmos”, do mesmo realizador, "É Dreada Ser Angolano”, de Pedro Coquenão, e "Os Kiezos”, de Nguxi dos Santos.

A assistente de cinema do Geração 80, Dreça Manuel, disse, ao Jornal de Angola, que o objectiva da projecção destes filmes é dar visibilidade ao cinema africano, em particular a produção cinematográfica dos realizadores angolanos.

O Cine Geração tem mensalmente uma programação visando a divulgação e promoção de filmes africanos e as melhores produções cinematográficas nacionais.

De acordo com Dreça Manuel depois de uma pausa durante o mês de Janeiro, o Cine Geração reabre as portas com a exibição de quatro longas-metragens, hoje e nos dias 9, 16 e 23 deste mês, preenchendo as quintas-feiras, do mês de Fevereiro.

O filme "Kuduro: Fogo no Musseke”, de Jorge António, a ser exibido hoje, é o retrato fiel de um género musical que ultrapassou rapidamente as fronteiras, tornando-se um fenómeno internacional.

O filme é retrato social e cultural de uma geração nova geração da década de 1990, que quer acima de tudo ser a voz de uma nova Angola, com participação de Dog Murras, Tony Amado, Sebem, Puto Prata, Fofandó, Noite e Dia, Paulo Flores, Ana Clara Guerra Marques, José Luís Mendonça, Jorge Macedo, Matan’yadi Norberto, Gaspar A. Miguel Neto e Abrãao Kumba "Maradona”.

"O Lendário Tio Liceu e os N’Gola Ritos”, de Jorge António, é a segunda proposta da Geração 80, para a próxima quinta-feira, uma história musical sobre a vida de Liceu Vieira Dias que desde os finais dos anos 1940 até aos dias de hoje, onde o passado e o presente se cruzam.

Este documentário é uma viagem ao universo criativo de Liceu Vieira Dias, "pai” da música popular angolana, e criador do grupo Ngola Ritmos, confirmando a sua originalidade e contributo permanentes na história cultural e sociopolítica de Angola.

Já para o próximo dia 16, o Cine Geração 80 exibirá "É Dreda Ser Angolano”, de Pedro Coquenão, um filme que fala da música angolana do pós-guerra. Feita por gente, com gente e para toda a gente. O filme tem as participações do Conjunto Ngonguenha, Mck, Shunoz, Sebem, Fridolim, Turbantu, Afro e Laranja.

Tudo começou com o disco "Ngonguenhação” do Conjunto Ngonguenha, um CD recebido pelo correio vindo da Matarroa. Ao som do disco começa a ver-se Luanda a abanar as ancas com os ritmos, as gargalhadas, as histórias. Tocou duas vezes seguidas no leitor e hoje em dia já nem toca. Está gasto. Sente-se que era um dos melhores discos que já se tinha ouvido e que, mais do que boa música, era um documento que retratava Angola. E Angola precisa de ser retratada e mostrada ao mundo.

Para a última quinta-feira do mês de Fevereiro, está reservada a exibição do filme "Os Kiezos”, de Nguxi dos Santos, onde o realizador faz uma viagem sobre a trajectória musical do agrupamento musical do Marçal como um dos grandes conjuntos da história do music hall nacional.

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