Cidadãos de vários estratos sociais defenderam a necessidade das instituições de direito reforçarem a protecção de pessoas com problemas mentais, tendo em conta o aumento de casos de indivíduos nestas condições a deambularem pelas artérias da cidade do Sumbe, o preocupando os transeuntes.
Durante uma ronda efectuada pela reportagem do Jornal de Angola, a maior parte dos entrevistados manifestou-se preocupada com a insegurança dos cidadãos, por temerem por agressões de doentes mentais soltos e sem seguimento médico.
Os receios avolumam-se, a cada dia que passa, devido à mudança de comportamento que apresentam e em alguns casos manifestam atitudes que podem desembocar em agressões físicas ou ataque mortal.
A jovem estudante Ana Bianca considerou a situação preocupante, e que devia merecer a intervenção pontual das autoridades sanitárias, porque são cidadãos doentes e a precisar de ajuda.
"Não podemos continuar a ver em cada esquina uma pessoa com perturbações mentais, sendo necessário que as autoridades sanitárias cuidem dessas pessoas, que fiquem internadas e sob cuidado médico, que é o que eles mais precisam neste momento delicado das suas vidas”, disse.
Acrescentou que o perigo por uma agressão está à espreita sempre que alguém transite pelas ruas da cidade e nos bairros periféricos do Sumbe. "Não se pode circular com medo de ser vítima de uma pessoa com perturbações mentais, por isso as autoridades sanitárias do município do Sumbe e da província do Cuanza-Sul em geral têm uma palavra a dizer”.
Madalena António, vendedora ambulante e residente no Sumbe, disse, ao Jornal de Angola, que o aumento de pessoas com problemas mentais cresce nas artérias da cidade, situação que afecta os munícipes.
"Nós, que vendemos nas ruas, é que damos conta do aumento de pessoas com problemas mentais e muitas vezes somos incomodadas com pedidos de comida ou dinheiro. Para evitarmos o pior temos de dar alguma coisa para os acalmar”, disse.
Defendeu mais acções para a retirada de pessoas com problemas mentais das ruas da cidade do Sumbe e bairros periféricos, encaminhando-as para as instituições especializadas, a fim de serem tratadas.
"Não podemos olhar as pessoas com problemas mentais sem fazer nada, porque, apesar de parecerem inofensivas, o seu estado muda de forma inesperada e podem tornar-se violentas ao ponto de agredirem os que cruzarem o seu caminho”, sublinhou.
Centros de acolhimento
Ana Virgílio, professora da escola primária nº373 do Sumbe, disse que a situação crescente de pessoas com problemas mentais é preocupante, devendo as autoridades competentes da província encontrar soluções para o problema, apostando, numa primeira fase, na sua retirada das ruas, encaminhando-as para instituições onde possam ser tratadas.
"O Governo da província deve inscrever, no próximo Orçamento Geral do Estado (OGE), a construção de um local adequado para acolher, acompanhar e dar mais protecção social às pessoas com problemas mentais”, sugeriu.
Para ela, à semelhança da construção de escolas, hospitais, postos policiais e outras infra-estruturas sociais, deve-se, também, encontrar recursos para a construção de casas de acolhimento de pessoas que apresentem problemas mentais, como forma de evitar que circulem pelas ruas da cidade e criem contratempos a terceiros.
Denísia Abrantes, professora da escola primária nº 373, comunga da mesma opinião, sobre a necessidade de o Governo Provincial do Cuanza-Sul criar condições para albergar as pessoas que sofrem de problemas mentais. Na sua sua opinião, os sectores da Acção Social e da Saúde podem dar início ao processo.
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