A rápida escalada no preço da amêndoa começou com o mau tempo na África Ocidental, onde grande parte do cacau do mundo é cultivado. As fortes chuvas e uma doença que leva os frutos a apodrecerem devastaram as plantações, o que tem gerado preocupações sobre o abastecimento.

No início de Fevereiro, perto do fim da safra principal, a Organização Internacional do Cacau (ICCO) avançara que as entregas de amêndoas nos portos da Côte d’Ivoire e Ghana, estavam cerca de 30% abaixo do volume do ano anterior.

Em Março, os contratos futuros em Nova Iorque subiram aproximadamente 50%, atingindo a fasquia dos  9 mil dólares por tonelada superando o preço do cobre, por exemplo, que encerrou a valer 8.740,65 dólares por tonelada.

Analistas já comentam, em uníssono, a possibilidade de que a procura supere a oferta também na temporada 2024/25.

Segundo a Dow Jones Newswires, os preços estão acima do recorde estabelecido em Julho de 1977 durante outro período de condições desfavoráveis na África Ocidental.

Tal como haviam feito  na  década de 1970, confeiteiros e grandes empresas de alimentos estão a subir  preços, ajustando receitas e encolhendo produtos.

O  conselheiro do Citigroup, disse a clientes que os preços do cacau poderiam chegar a 10.000 dólares  por tonelada em negociações à vista nos próximos três meses, tendo sublinhado que  os preços devem cair no segundo semestre do ano, mas não vão voltar aos níveis anteriores.

A Côte d’Ivoire  é o maior exportador de cacau no mundo, com uma produção anual de 1,6 milhões de toneladas, que em sua grande maioria se transforma no saboroso e famoso chocolate.

A qualidade do fruto deve-se à forma peculiar como é manuseado: a colheita é feita de forma manual, sendo seleccionado  apenas as melhores vagens.