Sociedade

Cerca de três mil milhões de pessoas sofre de algum tipo de doença oral

Alexa Sonhi

Jornalista

Cerca de 3,5 mil milhões de pessoas no mundo sofrem de doenças orais, como cáries dentárias, doenças periodontais, cancro oral (Noma) e perda de dentes, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

21/03/2023  Última atualização 08H23
Em Angola, a cárie dentária, gengivite, periodontite e o cancro oral são as patologias mais frequentes nas unidades sanitárias © Fotografia por: Edições Novembro

A OMS dá a conhecer, em alusão ao Dia Mundial da Saúde Oral, assinalado ontem, que, apesar das doenças citadas serem passíveis de prevenção e controlo, o funcionamento dos sistemas nacionais de Saúde em África e factores culturais leva milhões de pessoas a viver e sofrer com algumas das referidas enfermidades, facto que agrava os encargos financeiros dos Governos, afectando gravemente a qualidade de vida e o bem-estar das populações.  

E em Angola, a cárie dentária, gengivite, periodontite e o cancro oral são as patologias mais diagnosticadas, segundo a Direção Nacional de Saúde Pública. 

A coordenadora do Programa de Saúde Oral da Direção Nacional de Saúde Pública, Djamila Oliveira, que falava à imprensa, à margem do acto central do Dia Mundial da Saúde Oral, assinalado ontem, disse que, de todas as doenças orais, a que mais preocupa é o cancro oral "noma”, muito diagnosticado na África Subsariana, devido à falta de hi-giene e má alimentação. 

Segundo Djamila Oliveira, o noma é o tipo mais grave de estomatite gangrenosa, que destrói a boca e o rosto do paciente e que, se não for devidamente tratado, cerca de 90 por cento dos casos pode terminar em morte.  

Explicou que as doenças orais estão entre as patologias não transmissíveis, preveníveis e mais comuns do mundo, daí que, no país, ela foi instituída como problema de Saúde Pública, em 2007.  

Por esta razão, prosseguiu Djamila Oliveira, todos os anos, a celebração desta efeméride é feita nas escolas do primeiro ciclo de ensino, com objectivo de incutir nas crianças as boas práticas de escovação dentária desde cedo, permitindo, assim, mudanças de atitude e a promoção da saúde oral no seio das comunidades. 

Aos pais, Djamila Oliveira pede mais rigorosidade no que toca à diminuição do teor de açucar, ter uma alimentação mais equilibrada que envolve o consumo frequente de frutas, visando assim a melhoria da qualidade de vida das crianças. 

 

Necessidade de mais especialistas 

Questionada sobre se o número de especialistas em saúde oral é suficiente, Djamila Oliveira respondeu que a Ordem dos Médicos controla mais de 1.100 dentistas, apesar de não ser ainda o desejado. Acrescentou que esforços têm sido feitos para que todas as unidades hospitalares possam ter peritos nesta área.    

Por seu turno, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Pinto de Sousa, reafirmou o compromisso do Executivo em aumentar o número de especialistas em Estomatologia e a sua distribuição pelo território nacional.  

Carlos Pinto de Sousa reconheceu que a carência destes especialistas faz com que a maioria das doenças orais continue sem os devidos acompanhamentos, daí a aposta em soluções eficazes, como a prevenção.  

Afirmou que o Ministério da Saúde trabalha para que se crie um bom programa de assistência à saúde oral, de forma a integrá-la nos cuidados primários de saúde.   

"Estas acções incluem a promoção de pastas dentífricas à base de flúor, a preços acessíveis, para prevenir a cárie dentária, o tratamento oral urgente, bem como o tratamento restaurador, evitando a deterioração dos dentes", salientou.  

Segundo Carlos Pinto de Sousa, o Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário 2012-2025, tem traçadas metas que incluem, entre outras, o equipamento mínimo e a colocação de técnicos especializados na rede primária de saúde. 

De acordo com Carlos Pinto de Sousa, uma boa saúde oral contribui significativamente para o bom estado geral de saúde, o bem-estar e a qualidade de vida.   

Para saudar a data, a OMS definiu como lema para este ano "Saúde oral para todos”, com objectivo de encorajar os Estados Membros a assumirem um compromisso sobre a saúde oral dentro das comunidades.

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