"Temos orientações do governador Luis Nunes, de encontrar um grupo de trabalho, altura dos desafios em pôr a máquina a funcionar. Vai terminar o período de  inoperactividade ”, disse  responsavel.

O governador provincial de Benguela, Luís Nunes, visitou, quinta-feira, o Centro de Apoio à Pesca Artesanal e deixou orientações para que a unidade de conservação e tratamento de pescado entre em actividade para utilização dos equipamentos de ponta instalados a evitar que os mesmos se estraguem   e cumpram com o serviço  em benefício das comunidades ribeirinhas, avancem progressivamente para a conquista dos mais exigentes mercados de pescado quer nacional e internacional.

O empreendimento foi erguido e inaugurado em 2020 com metas em apoiar os  pescadores artesanais da costa Norte do Lobito e pode ser extensivo a outras cooperativas de Benguela e Baía Farta ou Cuanza-Sul.

Cooperativismo é trabalhar em conjunto, pois que as cooperativas dão mais força ao movimento e servem de forma mais eficaz aos cooperados. Sejam unidas em estruturas locais, regionais, nacionais, o objectivo é sempre se juntar em torno de um bem comum, disse o director.

Erguido num espaço de mil e 242 metros quadrados e orçado por um montante avaliado em dois milhões e quatrocentos e oitenta mil dólares norte-americanos (2 480 000 dólares), o mesmo comporta múltiplos serviços e instalações, como uma ponte-cais, uma bomba de combustível contentorizada, bem como uma sala de processamento, tratamento e conservação do pescado e tarimba (estrutura de madeira e rede usada para a secagem do peixe).

Apoio à pesca artesanal

Projectado para o apoio à pesca artesanal, com meios de congelação, possui uma fábrica de gelo, o Centro está equipado com um sistema de tratamento de águas residuais para a protecção do ambiente, com a capacidade de armazenamento de 5 toneladas por dia e um tanque de combustível com a capacidade de 25 litros de gasolina e 15 de gasóleo.

Foi, igualmente, construído no local, um túnel de congelação com a capacidade de 10 toneladas, uma câmara frigorífica para sete toneladas, para além de aguardar pela instalação de dois geradores de 100 kV cada e dois painéis solares de 250 kV cada, ainda no decurso deste ano ou princípio do primeiro trimestre de 2023.

 O Ministério das Pescas e o Governo de Benguela adquiriram os meios em falta que serão entregues aos jovens pescadores organizados para dinamizar a operacionalidade dos meios, frisou José Gomes.

"Todos os pescadores existentes na orla marítima do Lobito, podem fazer uso destes serviços, para que o pescado ganhe maior valor comercial, apenas devem cumprir com as normas impostas pela entidade gestora do Centro”, afirmou o director.

Na orla marítima do Lobito existem mais de 100 embarcações particulares, estes pescadores podem fazer uso deste importante instrumento construído pelo Executivo que pensou neles, com condições sanitárias recomendáveis, deixarem de fazer descarga na praia criando outros danos ao ambiente, como é caso do Lobito Velho, Compão exemplificou    

José Amós, jovem pescador de 24 anos, reconhece o interesse do Governo em ver melhorada a situação dos pescadores e armadores nesta parcela do país. "É um empreendimento que custou muito dinheiro para as contas do Estado. Agora notamos uma luz no fundo do túnel, com a vida do governador aqui ", sublinhou.

Geração de empregos

O Centro de Pesca Artesanal é uma fonte importante de oportunidades de emprego e de crescimento económico da região, pois ela é capaz de gerar novos produtos e serviços e adiantou que a instituição pode ser um motor para a inovação e para o desenvolvimento de novas tecnologias e de novos modelos de negócios. Além disso, pode contribuir para o desenvolvimento cultural, ao promover a expressão e a disseminação de ideias e de formas artísticas e culturais.

Joaquim Tchitembo disse que, agora que recebemos o nosso governador estamos confiante no arranque para breve, auguramos que os gestores se comprometam em apoiar os pescadores artesanais, na aquisição a preços bonificados, de combustíveis e materiais sobressalentes, no caso das malhas, anzóis, chumbo, bóias, coletes, luvas, botas, capas, entre outros que abarcam a actividade de pesca de subsistência, não digo que nos ofereçam mais que façam cumprir o movimento cooperativo, salientou.

 Administrador Comunal do Egipto Praia, José Faria, acredita que a comuna que dirige seja elevada a município no âmbito da nova Divisão Político-Administrativa, pois que foi bem pensado pelo Executivo e vai aproximar os serviços às populações, vai reduzir a desigualdade e erradicar a pobreza, haverá uma distribuição equilibrada e justa, com o fim de promover o desenvolvimento social e económico e o bem-estar das populações, sobretudo as mais vulneráveis, afirmou.

 A comuna, com cerca de três mil habitantes e 763 quilómetros quadrados, 91 quilómetros a Norte da cidade do Lobito, situa-se na foz do rio Balombo. É uma região tradicionalmente piscatória, mas também própria para a cultura do milho, feijão, banana e hortícolas.

Egipto-Praia já teve um lugar de charneira na região de Benguela no século XIX e princípio do XX, até 1930, período em que começou a perder importância com a construção do Porto e da cidade do Lobito.