Economia

Central Privada de Informação de Crédito começa a operar em Julho

Hélder Jeremias

Jornalista

Os bancos comerciais que operam em Angola poderão aumentar o volume de crédito a partir do segundo semestre do ano em curso, altura prevista para o arranque da fase de operacionalização da Bureau, Central Privada de Informação de Crédito (CPIC), vocacionada para a gestão do extenso banco de dados sobre o histórico de pagamentos relevantes dos consumidores angolanos.

27/01/2023  Última atualização 10H00
Presidente do Conselho de Administração da CPIC © Fotografia por: DR

A informação foi avançada, ontem, em Luanda, pela directora de Relações com o Mercado da Bureau, Julay Morais, durante o Seminário para Empresas Regidas pelo Instituto de Gestão de Activos e Participação do Estado (IGAPE), em que apontou como meta para dentro de cinco anos, a inserção, no banco de dados, de 130 instituições provedoras,  que representam cerca de 20 milhões de consumidores.

Licenciada pela Agência de Protecção de Dados (APD), em Fevereiro de 2022, no quadro do Decreto Presidencial número 275/20 de 21 de Outubro, a Bureau CPIC entra para o mercado com o objectivo principal de proporcionar melhorias no ambiente de negócios e concorrência, com base na análise dos hábitos de consumo, o que vai permitir melhorar as decisões das instituições financeiras na concessão de crédito.

Julay Morais perspectivou altos níveis de crescimento económico para Angola, resultante das reformas efectuadas pelo Executivo, razão pela qual acredita que o funcionamento da organização que dirige terá reflexos no aumento da inclusão financeira, concessão de crédito de forma responsável e sustentável, bem como na mitigação do risco sistémico e a promoção da estabilidade financeira.

A redução das assimetrias de informação e adopção das melhores práticas utilizadas internacionalmente, frisou a responsável, "constituem alguns dos pressupostos para a expansão e maturação do mercado de crédito, inclusão financeira, redução da inadimplência   e do superendividamento, culminando com uma melhor adequação das taxas de juros"

"A abrangência estimada do sistema financeiro passa por mais informações sobre os consumidores, o que passa por maior acesso às telecomunicações, electricidade, água, gás, empresas seguradoras, acesso ao comércio.  São instituições intervenientes de realce a Administração Geral Tributária, administrações locais, o Instituto Nacional de Segurança Social, notários, tribunais, entre outros", disse.

A presidente do Conselho de Administração da Bureau Central Privada de Informação de Crédito, Adriana Dias, disse ontem, em Luanda, que a redução do crédito mal parado excessivo e o incentivo ao financiamento para micro e pequenas empresas constituem alguns dos instrumentos para acelerar o processo de conversão da economia informal e Índice de Desenvolvimento Humano.

Adriana Dias frisou que o facto dos dados dos contribuintes fiscais estarem registados no banco de dados das instituições prestadoras de serviços constitui uma vantagem, na medida em que  a Bureau terá a missão de reunir estes dados e actualizá-lo porque, muitas vezes, trata-se de dados antigos, tendo alterado determinadas características na sua personalidade jurídica em virtude de matrimónio ou divórcios, assim como  em casos de contas em que se tenha mudado de número telefónico e endereço.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Economia