O Chefe de Estado, João Lourenço, endereçou uma mensagem a felicitar o povo congolês, Governo e o seu homólogo Félix Tshisekedi, pela celebração do 62º aniversário da Independência da República Democrática do Congo (RDC).
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O professor catedrático de Literatura Portuguesa na Universidade de Roma Tre redefiniu a figura de Agostinho Neto que, hoje como ontem, continua a ser “um exemplo para todas as forças progressistas do mundo na luta em prol de uma ordem internacional nova e mais justa”, tal como escreveu um jornal italiano a 12 de Setembro de 1979 ao anunciar o falecimento do primeiro Presidente de Angola.
Giorgio de Marchis, também director do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas Estrangeiras da Universidade de Roma Tre, descreveu, em declarações ao Jornal de Angola, António Agostinho Neto como alguém que conquistou o espaço internacional em momentos complexos da história da humanidade.
Devido a este legado, há várias iniciativas na Itália para assinalar o centenário do antigo Presidente da República. Anunciou a realização de um fórum "Angola e Roma” a decorrer numa escola de Verão. Explicou que a 6 de Julho, na Universidade de Roma Tre, vai decorrer um seminário internacional sobre a relação entre os dois países ao longo dos séculos, além da publicação de um livro de ensaios dedicado à poesia de Neto.
Para o coordenador das cátedras José Saramago e de Estudos Angolanos Agostinho Neto, o passado mostra – citando Giuseppe Mistretta, que já foi embaixador da Itália em Angola e actualmente é responsável das relações com os países da África sub-sahariana do Ministério dos Negócios Estrangeiros – que existe uma ponte ideal que une os dois países.
Relações plurisseculares
O autor de livros e ensaios sobre vários escritores de língua portuguesa e tradutor de obras de angolanos, brasileiros, moçambicanos e portugueses explicou que essa ponte é feita de "relações plurisseculares, mas que, no século XX, tem (teve) na figura e na acção política e cultural de Agostinho Neto um alicerce fundamental”.
Deste ponto de vista, Giorgio de Marchis sublinhou que é "impossível não salientar, pelo menos, duas viagens do autor de Sagrada Esperança a Itália, que contribuíram a renovar,profundamente, o pensamento anti-colonialista italiano, revelando à cultura italiana os ideais e a luta de libertação angolanos”.
O professor catedrático, que está a preparar a edição italiana da poesia completa de Agostinho Neto, recordou que, em Fevereiro de 1963, a editora milanesa Il Saggiatore publicou o volume Con occhi asciutti – livro organizado por Joyce Lussu com 28 poemas de Agostinho Neto.
"Não se trata dos primeiros versos em tradução italiana que, em Itália, se publicaram de Neto, porque em 1961 já tinham aparecido, numa antologia organizada por Mário Pinto de Andrade e prefaciada por Pier Paolo Pasolini, as traduções de Fogo e Ritmo, Adeus à hora da largada e Aspiração. Contudo, a importância de Con occhi asciutti é evidente. O livro é o primeiro volume publicado no estrangeiro, integralmente dedicado à produção poética de um autor que, passados 12 anos, se tornara no primeiro Presidente angolano”, lembrou.
Frisou, também, que a recepção italiana da poesia de Neto é marcada por uma leitura crítica que aproxima as duas nações, geograficamente muito distantes, em nome de uma proximidade ideológica, reconhecida na luta comum contra o fascismo. "Deste ponto de vista, a experiência da Resistenza italiana é o prisma através do qual é lida a produção poética e, sobretudo, a experiência política e de luta que Agostinho Neto leva à frente contra o colonialismo salazarista”, reforçou.
De acordo com este estudioso italiano, tudo é o reflexo de "uma afinidade que a tradutora e organizadora do livro, Joyce Lussu, esclareceu, nitidamente, ao afirmar:‘o mundo de Maria Eugénia e Agostinho revelava-se estranhamente familiar. Ainda hoje, uma parte de mim é angolana, como se algum dos meus avós tivesse sido sepultado debai-xo de um imbondeiro ou das casuarinas e não sob pinheiros e oliveiras”.
País exótico
Para o professor, trata-se de uma proximidade que surge do facto que Joyce Lussu sentia nos versos de Agostinho Neto "a linguagem comum dos oprimidos que se rebelam” e, por esta razão, a anti-fascista italiana, lembrando outra viagem a Kinshasa (na altura ainda Léopoldville) e a estadia junto com os patriotas do MPLA, não se surpreendeu de se sentir em casa nesse país "tão exótico”.
De Marchis citou passagens de Joyce Lussu que diziam que no meio dos "partigiani angolanos” se sentia em casa (…) e nesse lugar longínquo tomava partido e se colocava, politicamente, com a mesma convicção com que o fazia no seu país.
"Pela mesma razão, não é casual que, durante o lançamento de Con occhi asciutti, Neto tenha declamado um poema inédito, escrito durante essa primeira estadia em Itália e que se intitulava Angola come Milano. Um poema que, infelizmente, só se conhece em tradução italiana mas que exprime a afinidade ideológica que o líder do MPLA reconhecia com os amigos italianos”, afirmou Giorgio de Marchis.
O segundo episódio fundamental que une Agostinho Neto a Itália, na perspectiva do professor catedrático italiano, é a participação em 1970 na Conferência Internacional de Solidariedade com os Povos das Colónias Portuguesas, que decorreu em Roma em finais de Junho.
Giorgio de Marchis considerou que foi um acontencimento que abriu uma nova fase da solidariedade com os povos contra o colonialismo português e que, sobretudo, levou à realização de um dos eventos mais significativos e relevantes da luta anticolonial: o encontro de Agostinho Neto, Marcelino dos Santos e Amílcar Cabral com o Papa Paolo VI.
Recordou que essa reunião, de meia hora, a 1 de Julho de 1970, assinalou o começo do fim do colonialismo em Angola e, não por acaso, percebendo a relevância estratégica desse encontro, Amílcar Cabral falou do "primeiro dia da nossa criação como nação” e o Governo português, in-dignado pela audiência privada concedida aos três líderes, retirou o seu embaixador no Vaticano.
"Por todas estas razões, quando em 2014 se inaugurou a Cátedra de Estudos Angolanos na Universidade de Roma Tre, não tive ne-nhuma dúvida em propor à Fundação Dr. António Agostinho Neto e à União dos Escritores Angolanos que a cátedra fosse dedicada a Agostinho Neto”, justificou Giorgio de Marchis.
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