“A Cassola e o Mostro” é o título do livro infantil da autoria de Isaura Teixeira Afonso de 13 anos, que teve o pré-lançamento, hoje, no pátio da Luanda Antena Comercial (LAC) e contou com a presença de dezenas de crianças.
Familiares, colegas e alunos despediram-se, sexta-feira, no Cemitério do Benfica, em Luanda, do coreógrafo e professor de Dança Sakaneno João de Deus, que faleceu no último domingo, vítima de doença, aos 62 anos.
As seis melhores escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro, Grupo Especial, voltaram a demonstrar, no sábado, a partir das 22h00 (horário local - 2h00 em Angola), o brilho de meses de preparação no Sambódromo Marquês de Sapucaí, para alegria das centenas de foliões.
O desfile, que teve a duração de seis horas (60 minutos para cada grupo), foi aberto pela escola Unidos de Vila Isabel, a sexta classificada, que recriou, para o enredo deste ano, um clássico do grémio, intitulado "Gbalá - Viagem ao tempo da Criação”, da autoria do grande Martinho da Vila. Com os tons azul celeste como referência, a escola destacou com o enredo a importância da espiritualidade e a esperança na cultura brasileira.
Uma hora depois foi a vez da Portela, a quinta classificada, exibir novamente, para a apreciação do público, a adaptação musical do livro "Um defeito de cor”, de Ana Maria Gonçalves. O enredo, considerado pelo júri como o melhor desta edição do Carnaval do Rio de Janeiro, em termos de samba-enredo, é assente na história fascinante de uma mulher africana idosa e cega, que ao estar à beira da morte viaja para o Brasil em busca do filho perdido há décadas.
A Salgueiro, quarta classificada deste ano, contou a história do Paraíso do Tuiuti, em "Hutukara”, como forma de alertar as pessoas para a importância da defesa urgente da cultura dos povos indígenas brasileiros. No samba-enredo, que recebeu nota dez do júri, a escola chamou atenção, também, para os rituais e costumes indígenas, que aos poucos tendem a ser "engolidos” pelo modernismo, assim como o papel das florestas, em particular a Amazónia, onde residem há mais de mil anos os Yanomami.
A seguir foi a vez de uma das escolas sensações deste ano, Grande Rio, passar pelo palco da Marquês de Sapucaí. Apesar de ter ficado em sexto no ano passado, o grémio conseguiu conquistar, este ano, o júri e o público com o tema "O nosso destino é ser onça”, no qual recontou os mitos dos povos indígenas Tupinambá, os primeiros a manter contacto com os colonizadores portugueses, por residirem em toda a faixa litoral do actual Brasil.
Em penúltimo desfilou, quando eram 2h00 (6h00 em Angola), a campeã do ano passado, que, este ano, ficou com o segundo lugar, a Imperatriz Leopoldinense. A escola de samba buscou na cultura cigana, por meio da astrologia, a magia para encantar o público. No tema "Com a sorte virada pra lua segundo o Testamento da cigana Esmeralda”, o grémio procurou levar à análise de todos partes do imaginário popular brasileiro, que emerge das vocações do colectivo, a partir da adaptação de um texto do escritor Leandro Gomes de Barros.
Para o final ficou a melhor deste ano do Grupo Especial, a escola Viradouro, que novamente apostou no resgate das raízes culturais africanas para "encantar” o júri, no tema "Arroboboi, Dangbé”. Se em 2023, o grémio trouxe a história de Rosa Courana, pseudónimo literário de Rosa Maria da Vera Cruz, a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil, este ano a Viradouro procurou desmistificar o "lado sombrio” do culto vodu, mostrando que é uma religião baseada em espíritos ancestrais e santos padroeiros.
Pela originalidade da história, o grupo conseguiu obter nota dez em todas as categorias avaliadas pelo júri, como a melhor Fantasia, Harmonia, Enredo, Comissão de frente, Samba-enredo, Mestre sala e Porta-bandeira, Evolução, Bateria, Alegorias e Adereços.
Para fechar o desfile, a partir das 4h00, foram lançados fogos de artifícios nas proximidades do Sambódromo Marquês de Sapucaí, em intervalos de 30 a 40 minutos, acto que decorreu até às 6h45, altura em que encerrou o Carnaval 2024 no Rio de Janeiro.
Raízes africanas contadas nas histórias dos vencedores
A adaptação de histórias sobre a cultura africana e o papel da mulher na sociedade tem sido, nos últimos anos, parte do comum no Carnaval do Rio de Janeiro. Este ano, a história do grémio vencedor, o Unidos da Viradouro, é um exemplo desta tendência.
O projectista do grémio, João Torres, o criador das expressivas alegorias que encantaram foliões do mundo inteiro e, acima de tudo, o júri, disse, em declarações ao Jornal de Angola, que o objectivo da Viradouro foi acabar com o preconceito em torno de alguns conceitos religiosos.
O tema do grupo, disse, foi focado no vodu, um culto com origens na religião africana e originou outras, como o candomblé, no Brasil, mas ainda hoje é vista como algo associado à prática do mal. "Há todo um conceito em volta dos mitos sombrios associados à África. É preciso acabar com tais ideias, mostrando o que realmente representam”, adiantou, além de explicar que os bonecos usados no vodu, por exemplo, não são para a prática do mal, como é mostrado, inclusive em grandes produções cinematográficas.
"As pessoas acham que os bonecos são para prática do mal, porém são de cura. O vodu usa a força da natureza e acredita, assim como muitas religiões, em animais protectores, neste caso são as cobras”, esclareceu.
Em relação ao desfile, João Torres destacou ainda o facto de ter chamado atenção a história das mulheres guerreiras de Daomé, que devem ser símbolos para a nova geração feminina. "É preciso que haja referências, em especial africanas, capazes de guiar as mais jovens”, disse.
Para Julinho Fonseca, o actual director de Harmonia da Portela, são as histórias de mulheres vencedoras que vão ajudar a guiar toda uma geração. A trabalhar com a escola há um ano, o director vê na ascensão ao quinto lugar, depois de terem ficado em décimo em 2023, uma chance de continuar a explorar as histórias desconhecidas como a de "Um defeito de cor” sobre todas as mães negras.
"Foi uma tarefa árdua, adaptar um livro, que é actualmente o mais vendido da América Latina. Mas valeu a pena”, disse, acrescentando que a adaptação do livro começou a 1 de Abril do ano passado e foi feita pelos compositores António Gonzaga e André Rodrigues. "Conseguimos vencer as categorias de melhor enredo e samba-enredo, ou seja, foi a melhor adaptação do Carnaval deste ano”.
O director referiu que a história contada por Ana Maria Gonçalves, na qual uma mulher africana idosa vai ao Brasil em busca do filho perdido e ao longo do percurso lembra o sofrimento, a violência e escravatura à qual foram sujeitas milhares de outras mães negras, é um alerta à nova geração para procurar descobrir mais sobre as próprias raízes ancestrais.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginA Cooperativa Agrícola dos Kuduristas em Angola (COAKA), em colaboração com a administração municipal de Viana, lançou quarta-feira, um programa inovador denominado "Projecto Kuduro Patriótico para a promoção dos valores morais nas comunidades.
A apresentação da segunda edição da Revista Científica "A Guardiã" prevista para a próxima segunda-feira, 17, foi adiada em virtude das exéquias do nacionalista França Van-Dúnem, informou hoje o Tribunal Constitucional.
“A Cassola e o Mostro” é o título do livro infantil da autoria de Isaura Teixeira Afonso de 13 anos, que teve o pré-lançamento, hoje, no pátio da Luanda Antena Comercial (LAC) e contou com a presença de dezenas de crianças.
Os campeões Miller Gomes e Jerson Emiliano subiram, este sábado, em Luanda, no palco do Angola ICT Forum 2024 - ANGOTIC, para apresentarem “O Impacto da Tecnologia no Desporto”, num jogo extra apitado pelo moderador Mário Júlio Afonso.
A administradora Municipal de Luanda, Milca Caquesse, reforçou sexta-feira, a necessidade e importância do engajamento das comissões de moradores na aplicação e sucesso das acções governamentais.
A Suíça acolhe, entre hoje e domingo, a Conferência para a Paz na Ucrânia, que juntará representantes de mais de 90 países e organizações, incluindo Portugal, mas não da Rússia nem da China, entre outros ausentes de peso.
A 4.ª edição do fórum de moda AO International Trade Show realizar-se-á a 28 deste mês, na Expo Garden, em Luanda, com o objectivo de oferecer ao público um espaço dinâmico de criatividade, palestras, exposição de produtos, apresentações artísticas e culturais.