A República Democrática do Congo (RDC) iniciou, ontem, a campanha oficial para as eleições gerais previstas para 20 de Dezembro, entre várias incertezas, tais como as condições dos candidatos da oposição para passarem as respectivas mensagens eleitorais.
O próprio dia previsto para a realização do plebiscito parece ensombrado por muitas dúvidas, ainda que o presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), Denis Kadima Kazadi, tenha reafirmado, na quarta-feira, que tudo estaria a postos dentro do prazo. "Estamos prontos para organizar as eleições hoje?
Não, mas estamos prontos para organizar as eleições a 20 de Dezembro e estaremos prontos para o fazer", afirmou Kadima citado pela AFO numa conferência de imprensa na sede do organismo.
Segundo o presidente da CENI, o número de candidatos na corrida às várias eleições de dia 20 de Dezembro -- presidenciais, legislativas (nacionais e municipais) e conselheiros comunais -- "triplicou" por comparação com as eleições de 2018, passando de cerca de 35 mil para 100 mil.
No domínio do registo eleitoral, a instabilidade no Leste do país poderá privar mais de um milhão de eleitores do direito de voto, segundo afirmou o Grupo Internacional de Crise (ICG) há duas semanas, mas o número de eleitores registados quase chega aos 44 milhões (43,9).
"É por isso que, por vezes, não conseguimos cumprir determinados prazos, não por má-fé, mas simplesmente porque o volume de trabalho aumentou exponencialmente, enquanto o pessoal continua a ser o mesmo, o orçamento não mudou e o tempo é ainda menor do que no processo anterior", justificou Kadima.
Na corrida principal, o Presidente e candidato à sua sucessão, Félix Tshisekedi - que chegou ao poder em 2018 sob acusações generalizadas de que tinha supostamente perdido as eleições para Martin Fayulu -- concorre contra, até ver, 25 candidatos, incluindo Fayulu.
Outros adversários fortes são o antigo governador da província de Katanga e empresário , Moïse Katumbi, o antigo Primeiro-Ministro, Adolphe Muzito, o prémio Nobel da Paz, Denis Mukwege, e o antigo ministro, Delly Sessanga. Num país onde as sondagens são escassas ou inexistentes, é difícil adivinhar quem poderia ganhar, se as eleições fossem livres e justas.
Em 2018, a CENI deu a vitória a Tshisekedi com 38,56% dos votos, superando por pouco Fayulu com 34,82% e derrotando facilmente Emmanuel Shadary, o candidato oficial do partido do Presidente cessante, Joseph Kabila, que obteve 23,83%. A maioria dos observadores independentes, incluindo a Igreja Católica, acredita, no entanto, que Fayulu ganhou essas eleições com uma vitória esmagadora.
Na semana passada, seis candidatos presidenciais, incluindo Fayulu, DenisMukwege e Moise Katumbi, emitiram uma declaração conjunta prometendo trabalhar em coordenação para evitar a fraude eleitoral e exigindo medidas urgentes da CENI para o efeito.
A declaração nada revela sobre a eventualidade de uma qualquer desistência de um candidato a favor de outro. Pelo contrário, parece reforçar a determinação de todos eles fazerem separados a corrida eleitoral ao longo das próximas cinco semanas.
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