O diplomata garantiu que, face às boas relações, se estão a intensificar, também, as trocas comerciais entre os dois países, no quadro do fomento da cooperação económica.

Em declarações ao Jornal de Angola, na visita de dois dias que efectua a Benguela, o embaixador sublinhou que este processo é de tamanha importância, tendo em conta a realidade económica global.

Júlio de Morais afirmou que, no quadro da cooperação "bastante saudável entre os dois países”, se vai materializar este propósito, para favorecer a economia dos dois Estados, avançando que as relações são "extremamente” positivas.

O ambiente, salientou o embaixador, tem sido bem vivenciado e aproveitado pelos dois povos, pois foi registado um passo significativo no cumprimento das relações económicas, viradas concretamente para a execução de projectos de grande impacto.

"Entre os vários projectos, podemos apontar como maior aposta os estruturantes, ligados ao sector dos Transportes, quer aéreos, quer marítimos”, referiu Júlio de Morais, acrescentando que, para se chegar ao desejado, Cabo Verde, por meio da Embaixada em Luanda, está a criar mecanismos para implicar a comunidade cabo-verdiana residente em Angola na construção deste projecto virado para o desenvolvimento económico.

O diplomata considerou este o momento certo para direccionar a comunidade cabo-verdiana, residente em Angola, nos elevados objectivos económicos, facto que "é um processo que, a princípio, passa por incutir este pacote de conteúdos, para que venha a dar os frutos desejados”.

Júlio de Morais explicou que, para o fomento da economia com a comunidade dos dois países, não haverá nenhuma dificuldade quanto à materialização, frisando que Angola e Cabo Verde já firmaram relações bastante boas e significativas nos domínios Político e Diplomático, há longos anos, cujos frutos são até ao momento visíveis e cada vez mais reforçados.

O embaixador cabo-verdiano disse que o empoderamento da comunidade do seu país é um elemento que vai permitir que a cooperação no domínio Económico venha a produzir bons resultados.

"Para tal, como estratégia específica e fundamental, estamos a criar condições de fazer surgir uma associação integrada pela comunidade cabo-verdiana, que possa servir de interlocutor único e válido entre os residentes e a Embaixada”, justificou Júlio de Morais.

O embaixador fez saber que este é um dos propósitos que o levaram a Benguela, para manter encontros com a comunidade cabo-verdiana residente naquela província do litoral Sul, de modo a analisar, em conjunto, as vias para melhor sustentabilidade das acções no domínio económico."A visita a Benguela visa dialogar sobre vários outros aspectos, com as autoridades locais, por ser uma das províncias de Angola que, do ponto de vista histórico e cultural, tem geminação com os municípios de Cabo Verde, nomeadamente  Santa Cruz e São Vicente”, indicou Júlio de Morais.

Edifícios autárquicos indicadores de progresso

O embaixador de Cabo Verde em Angola considerou notáveis os indicadores de progresso, registados no país, no domínio político para a materialização das autarquias.

Segundo o diplomata, as autarquias, a descentralização, questões sobre eleições e os demais aspectos importantes que constituem chaves fundamentais para o sucesso de uma nação, face à resolução dos problemas das populações, são também do interesse de Cabo Verde.

"Apercebi-me que, em Angola, este processo está a caminhar bem, se tivermos em conta que estão a ser construídos edifícios autárquicos, em algumas províncias, assim como as comunidades têm já abordado esta matéria. Isto é uma demonstração clara e relevante, na política local, africana e internacional, de que o Governo, face à Constituição da República, vai criando as condições para se chegar a bom porto”, sustentou Júlio de Morais.

Para o embaixador, a construção dos edifícios autárquicos tem um grande significado para o país, porque será através deste processo, devidamente bem definido e entendido pela comunidade, que se vai dar  resposta às questões pontuais das populações.