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Cabo Verde quer cooperar na segurança internacional

O Primeiro-Ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, considerou sábado, na sede da OTAN, que são necessários “bons parceiros e bons aliados” para a segurança colectiva.

31/10/2023  Última atualização 13H56
Ulisses Correia e Silva disse que pretende reforçar os acordos com os parceiros europeus © Fotografia por: DR

É natural, por isso, o nosso reencontro com a OTAN para um diálogo político e cooperação em prol da defesa e da segurança para o nosso país, para o nosso interesse e a contribuição que Cabo Verde poderá dar na segurança co- operativa", afirmou o chefe do Governo cabo-verdiano, citado pela Lusa, numa declaração em Bruxelas, após reunir-se com o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg.

Ulisses Correia e Silva salientou que Cabo Verde tem relações com países europeus e com os Estados Unidos no domínio da defesa e da segurança, particularmente da segurança marítima, e que a maior parte desses países são membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte. "Segurança marítima corporativa é a nossa prioridade devido à nossa vasta zona económica especial", mencionou, apontando o combate e a prevenção à criminalidade organizada transnacional, tráfico de drogas, tráfico de pessoas e pesca ilegal.

O Primeiro-Ministro lembrou ainda que Cabo Verde tem sede do Centro Multidimensional de Coordenação Marítima da zona G, que tem por missão contribuir para a segurança marítima no Golfo da Guiné. Na sua declaração, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que a organização que dirige está a intensificar a sua cooperação com os seus parceiros que defendem os mesmos valores e a ordem internacional.

"A NATO também tem parceiros na África do Norte e queremos reforçar a nossa cooperação com a União Africana, para desafios comuns, incluindo terrorismo, mudanças climáticas e proliferação de armas de pequeno porte", prometeu. Stoltenberg revelou que durante o encontro discutiu com o Primeiro-Ministro cabo-verdiano formas de desenvolver "ainda mais" a cooperação com o arquipélago africano.

"Cabo Verde e a NATO partilham os mesmos valores de liberdade, democracia e direitos humanos. Temos relações próximas com muitos aliados, incluindo Portugal, e no ano passado assinaram um memorando de entendimento com os Estados Unidos da América para aumentar a cooperação na área da defesa e segurança marítima", sublinhou. E, recordou que, em 2006, Cabo Verde acolheu o exercício Steadfast Jaguar, que envolveu mais de 7.000 militares, e que testou a capacidade da força de resposta rápida da organização em realizar missões em qualquer sítio e em qualquer momento.

Ulisses Correia e Silva e Jens Stoltenberg abordaram ainda a invasão da Rússia à Ucrânia, com o secretário-geral a enaltecer a "posição clara" do arquipélago, incluindo o voto contra essa agressão na Assembleia-Geral da ONU. "A agressão da Rússia à Ucrânia, a instabilidade no Médio Oriente e contínuos actos de terrorismo, relembram-nos que a nossa segurança não é regional, mas sim global. O que acontece na Europa importa a África e o que acontece em África importa à Europa", terminou Stoltenberg.

Durante a sua presença em Bruxelas o Primeiro-Ministro cabo-verdiano manteve também um encontro com o  alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros.


 
Vigilância das operações costeiras

A ministra da Defesa de Cabo Verde afirmou, ontem, que o seu país já começou a formar os técnicos, entre eles pilotos, que vão operar um avião em operações da Guarda Costeira, prevista para chegar ao país."O processo vai bem. Temos pessoas a serem formadas e capacitadas. Recebi ontem a informação de que o curso de pilotos foi realizado com sucesso", avançou Janine Lélis, aos jornalistas, na Praia, à margem da abertura de um curso para promoção de capitão.

Além dos dois pilotos, a governante avançou que um engenheiro e um técnico de manutenção também já regressaram ao país, depois de completarem as respectivas formações. "Os nossos técnicos estão a chegar e o procedimento segue agora com uma forte parceria com a aeronáutica civil, para podermos estar preparados para a recepção da aeronave", prosseguiu.

Questionada sobre as datas para a chegada do avião ao país, a ministra não se comprometeu: "o essencial é ter aqui o equipamento e, acima de tudo, prepararmos para ter o equipamento para, quando chegar, conseguirmos garantir a sua operacionalidade e cumprir as missões para a qual está vocacionado". Em Setembro, o Governo anunciava a chegada do avião para vigilância, emergência médica, busca e salvamento, referindo que iria reforçar as operações da Guarda Costeira.

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