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Cabinda reduz as taxas de mortes por malária

Pedro Vicente | Cabinda

Jornalista

A taxa de mortalidade por malária, na província de Cabinda, baixou de 146 para 102 casos, no primeiro semestre de 2024, comparativamente a igual período do ano anterior, informou, ontem, o chefe de Departamento Provincial de Saúde Pública.

11/08/2024  Última atualização 10H39
Chefe do Departamento de Saúde de Cabinda, Gabriel Zau © Fotografia por: Edições Novembro

Gabriel Nionse Zau avançou, ao Jornal de Angola, que de Janeiro a Junho deste ano foram realizadas ,em Cabinda, 306.544 pesquisas de plasmódio, por meio de microscópios e testes rápidos, dos quais 172.119 resultaram  positivos e 134.347 negativos.

Nesse processo, acrescentou, ficaram internados 8.699 pacientes de até 90 anos, sendo que 88 são mulheres em estado de gestação. No primeiro semestre deste ano, adiantou, foram a óbito 60 crianças menores de cinco anos e 18 outras com idades compreendidas entre seis e 14 anos.

De acordo com o chefe do Departamento Provincial de Saúde Pública, a malária está entre as principais causas de mortalidade em Cabinda, afectando todas as faixas etárias, sobretudo crianças menores de cinco anos, idosos e mulheres grávidas.

Em relação à situação da malária em cada um dos municípios da província, Gabriel Zau disse que o de Cabinda registou, de Janeiro a Junho, um total de 129.055 casos, dos quais 72 resultaram em óbitos.

Em  Cacongo, foram notificados 11.891. Buco-Zau registou 21.676 casos com 21 mortes, ao passo que no Belize morreram três crianças em 9.635 ocorrências.

"Face ao número de habitantes em Belize, estimado em 25.724, e analisando os 9.635 casos anotados no primeiro semestre deste ano, a região é considerada epidemiológica”, sublinhou.

De igual modo, acrescentou, o Buco-Zau, com 43.122 habitantes, cujos registos chegaram aos 21.676 casos diagnosticados. Segundo Gabriel Zau, os constrangimentos verificados nesses municípios devem-se aos incumprimentos de alguns procedimentos do Programa de Combate à Malária.

Para reverter o quadro, no período que sai de Julho a Dezembro deste ano, o responsável pela Saúde Pública na província de Cabinda adiantou que, doravante, as acções que visam o controlo e a redução da patologia vão ser intensificadas, principalmente nos municípios onde o número populacional não justifica a quantidade de casos notificados diariamente.

Por outro lado, disse, esta instituição trabalha com os Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário (ADECOS) no sentido de mobilizar a população, nas comunidades, sobre a importância da higienização e do uso constante do mosquiteiro.

 
Crenças mitológicas

O chefe de departamento de Saúde Pública em Cabinda, Gabriel Zau, está preocupado com o facto de algumas famílias, em certas zonas da província, fazerem resistência ao uso do mosquiteiro, devido a crenças mitológicas, ao passo que outras alegam ser desconfortável passar à  noite debaixo do equipamento.

"há quem alega que essa malária de hoje não é causada por mosquitos, mas sim por feiticismo”, referiu, tendo acrescentado de seguida que o saneamento básico do meio também constitui um empecilho para o êxito da luta contra a malária, "porque os principais transmissores das doenças palúdicas multiplicam-se, sobretudo, nos resíduos sólidos e líquidos”.

Outro problema apontado pelo responsável prende-se com a chegada tardia de doentes às unidades de saúde da província. "Esse comportamento condiciona o êxito da luta contra a malária”, frisou.

À população  Gabriel Zau recomenda o uso constante das medidas de prevenção, e apela aos líderes religiosos, autoridades municipais e tradicionais no sentido de mobilizarem os cidadãos a se afastarem das crenças nocivas à saúde, promovendo um ambiente mais higiénico. 

A província de Cabinda conta com uma população estimada em 917.915 habitantes. Possui um total de 157 unidades sanitárias funcionais, distribuídas pelos seus quatro municípios, nomeadamente Cabinda (município sede), Cacongo, Buco-Zau e Belize.

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