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Brasil: Dilma recorda golpe de Estado de 1964

A antiga Presidente do Brasil Dilma Rousseff, ex-guerrilheira e vítima de tortura durante a ditadura militar (1964-1985), defendeu domingo a importância de relembrar o golpe de Estado de 31 de Março 1964.

03/04/2024  Última atualização 10H00
© Fotografia por: DR

Dilma, citada pela CNN Brasil, traçou paralelos entre aquele golpe e a conspiração supostamente planeada pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro e pelo seu círculo de confiança, para anular os resultados eleitorais que deram a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022.

Os questionamentos sobre as eleições atingiram o seu clímax em 8 de Janeiro de 2023, quando uma multidão de apoiantes de Bolsonaro invadiu a sede do Congresso, do Supremo Tribunal e da Presidência, em Brasília. "Manter a memória e a verdade histórica sobre o golpe militar ocorrido no Brasil, há 60 anos, é fundamental para garantir que esta tragédia não se repita, como quase aconteceu recentemente, em 8 de Janeiro de 2023", publicou nas redes sociais, a política progressista que governou o país entre 2011 e 2016, quando foi destituída pelo Congresso.

Dilma Rousseff destacou, ainda, que "a história não apaga os sinais de traição à democracia nem limpa da consciência nacional os actos de perversidade sobre aqueles que se exilaram e mancharam a vida brasileira com sangue, tortura e morte durante 21 anos". O comentário da antiga Presidente contrasta com o silêncio mantido pelos membros do actual Governo progressista, devido à decisão de Lula de evitar as comemorações oficiais da efeméride.

O actual Presidente, um aliado de Dilma, não quis aumentar as tensões com os militares, depois de recentes investigações terem colocado vários generais no centro das tentativas de Bolsonaro de desafiar a sua derrota eleitoral. Lula disse, numa entrevista, no final de Fevereiro, que a ditadura "faz parte do passado" e que os "generais que hoje estão no poder eram crianças" na época do golpe.

Em Fevereiro, o Supremo Tribunal Federal impôs medidas cautelares, como a proibição de viajar ao estrangeiro, a Bolsonaro, a dois ex-ministros da Defesa e a um ex-comandante da Marinha de Guerra, entre outros. Perante o silêncio, familiares de vítimas da ditadura e associações de direitos humanos planeiam marchar hoje na cidade de São Paulo, desde um antigo centro de tortura ao Parque do Ibirapuera.

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