O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) agradeceu, sábado, ao Secretário-Geral da ONU pelo trabalho "vital" da UNRWA, destacando a "importância" do financiamento a este organismo, num encontro à margem da Conferência de Segurança de Munique, em que foi abordada a situação no Médio Oriente e a guerra na Ucrânia.
"Borrell agradeceu ao Secretário-Geral da ONU o trabalho vital da UNRWA (Agência das Nações Unidas de Apoio aos Refugiados da Palestina) e prestou homenagem às 153 pessoas mortas ao seu serviço, sublinhando a importância de continuar a financiar a UNRWA, uma vez que fornece serviços insubstituíveis aos palestinianos em Gaza e à região em geral", segundo um comunicado do Serviço Europeu para a Acção Externa (SEAE).
A UNRWA ficará sem fundos a partir de Março, uma vez que cerca de vinte países, incluindo os seus principais doadores como os Estados Unidos da América, suspenderam o apoio devido ao alegado envolvimento de uma dúzia de ex-funcionários no ataque de 7 de Outubro contra Israel, que causou mais de 1.200 mortos.
O próximo apoio financeiro da UE deverá ocorrer no final do mês. A nota do SEAE indicou que Borrell destacou a Guterres a necessidade de uma maior cooperação da UE com a ONU quanto à solução de dois Estados.
O alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e o Secretário-Geral da ONU também discutiram a situação na Ucrânia, com Borrell a aproveitar para informar sobre a sua recente visita ao país, a quarta desde que a Rússia iniciou a invasão a 24 de Fevereiro de 2022.
Na quinta-feira, o Parlamento israelita aprovou preliminarmente um projeto-lei para proibir a UNRWA, que tem mais de 30 mil funcionários, e abriu uma investigação e rescindiu os contratos com os suspeitos de envolvimento no ataque do grupo islamita de Outubro.
No início do mês, o ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou que Portugal iria fazer uma contribuição adicional de um milhão de euros para a UNRWA.
João Gomes Cravinho anunciou a contribuição extraordinária depois de uma reunião com Philippe Lazzarini, responsável pela agência das Nações Unidas que apoia os refugiados palestinianos.
Palestinianos ficam em Gaza
O ministro da Defesa de Israel garantiu ontem que os civis palestinianos que estão aglomerados na cidade de Rafah, sul da Faixa de Gaza, não serão retirados para o Egipto antes da operação israelita em grande escala.
"O Estado de Israel não tem intenção de retirar civis palestinianos para o Egipto", garantiu Yoav Gallant, durante uma conferência de imprensa em que não esclareceu qual será o destino de quase 1,5 milhões de pessoas, muitas delas deslocadas repetidamente, que estão concentradas em Rafah, onde vivem em condições extremamente difíceis, sem alimentação adequada e vivendo em abrigos improvisados.
"Respeitamos e valorizamos o nosso acordo de paz com o Egipto, que é uma pedra angular da estabilidade da região e um parceiro importante", acrescentou Gallant. O Egipto é contra qualquer "deslocamento forçado" de palestinianos para o seu território.
Relativamente à operação em grande escala em Rafah, anunciada por Israel, Gallant garantiu que o Exército está a prepará-la de forma minuciosa.
Gallant insistiu que esta cidade no sul da Faixa de Gaza continua a ser "um importante reduto do Hamas", segundo noticiou o Times of Israel.
De acordo com o ministro da Defesa, antes do início dos ataques de 7 de Outubro de 2023, 24 batalhões do Hamas estavam estacionados na Faixa de Gaza e 18 destes já foram desmantelados.
"Agora, Rafah é o próximo centro de gravidade do Hamas", frisou. Yoav Gallant garantiu ainda que o Exército israelita está a tomar "medidas extraordinárias" para evitar baixas civis, ao mesmo tempo que opera de acordo com o Direito Internacional.
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