O anúncio foi feito, nesta sexta-feira, em Luanda, pelo presidente do Conselho de Administração da ENDIAMA, Ganga Júnior, numa videoconferência realizada para assinalar o 40º aniversário da diamantífera estatal angolana. 

Ganga júnior destacou a implementação da Bolsa de Diamantes como uma das principais tarefas do subsector para esse ano, indicando que, "nessa altura, teremos um processo de comercialização mediante a realização de leilões e, muito particularmente, das pedras especiais, a ser promovido com regularidade”. 

Lamentou que o sistema de comercialização que vigou até 2018 e que inscrevia a definição de "compradores preferenciais”, resulta em perdas de cerca de 300 milhões de dólares por ano, devido à subavaliação das gemas angolanas intrínseca a esse conceito de favorecimento. 

"São vendas que já se realizaram, os compradores fizeram as suas reservas e não estou a ver como poderemos ser ressarcidos desse montante”, reconheceu. Ganga Júnior reafirmou o projecto angolano de elevar, até 2022, a produção diamantífera do país a 14 milhões de quilates por ano, do que resulta um encaixe de dois mil milhões de dólares por ano, um caminho que coloca o país entre os três principais produtores mundiais. 

Rota das privatizações 

O presidente do Conselho de Administração da Endiama Ganga junior reafirmou, por outro lado, o processo de privatização de algumas empresas do grupo, como o Alfa 5 (do segmento de segurança), o Hotel Endiama, onde detém um posição maioritária, com 70 por cento de acções, e a Enditrade, da área logística. 

Adiantou, ainda, que para as duas primeiras, é concedida aos actuais sócios a possibilidade de exercerem o direito de preferência, antes de se partir para a licitação, enquanto a Enditrade está num processo de saneamento e reorganização para ser colocada à disposição de diversas entidades que estejam interessadas na sua aquisição.