Ao falar numa conferência de imprensa sobre o lançamento do "Relatório anual dos mercados Bodiva", disse que em 2020 relativamente ao ano transacto 2019 houve um aumento do montante negociado de 35,82 por cento, passando de 874 mil milhões para 1,18 biliões de kwanzas.

Enquanto que na pós-negociação, verificou-se um decréscimo de cinco por cento do montante de título, mais um aumento de 31 por cento no número de contas custodiadas na central de Valores Mobiliários (CEVAMA).
"Diria que cerca de 99 por cento deste negócio ainda está suportado em títulos de tesouro", afirmou.

Segundo Odair Costa, na Bodiva foram transaccionadas Obrigações Privadas e Unidades de Participações de Fundos de Investimentos. De recordar que as obrigações privadas são as emitidas pelo Standard bank, obrigações a três anos e com uma taxa de cupão de 17 por cento. No ano passado, foram feitos 5.512 negócios, mais 27 por cento do que no ano anterior e houve um aumento das contas de custódia (contas que identifica titulares dos títulos ou outros instrumentos financeiros registados na central de Valores Mobiliários de Angola), afirmou.

"Terminámos o ano com cerca de 15.000 contas na nossa custódia, no entanto, o nosso objectivo é aumentar exponencialmente este número para que cada angolano possa ter, além da sua poupança o máximo possível, uma vez que o mercado apresenta oportunidades com taxas de rendimento bastante interessantes", sublinhou.
O administrador fez um balanço positivo do ano de 2020 para a Bodiva. "Verificamos uma maior dinâmica por parte dos investidores" disse, tendo sido negociados predominantemente títulos do tesouro com os investidores a privilegiarem as obrigações indexadas face à depreciação do Kwanza.

A Bodiva conta com 26 membros, essencialmente bancos, sendo o programa de privatização do Governo (Propriv) encarado como uma oportunidade para o mercado nacional. De acordo com o gestor, em termos de posição, os bancos BFA, BAI e Millenium Atlântico representam 60 por cento do montante negociado na Bodiva.
Segundo o gestor, a Propiv prevê a alienação de activos do Estado via bolsa de valores estando prevista em 2021 a entrada de quatro empresas: Sonangalp, TV Cabo, MuLtitel e Mota Engil.