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Bielorrússia está preocupada com as forças estrangeiras

O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, alertou, segunda-feira, para uma “situação complexa” na fronteira do país, com a concentração de cerca de 23.500 militares da Ucrânia e de Estados-membros da União Europeia (UE).

25/01/2023  Última atualização 11H20
© Fotografia por: DR

"A peculiaridade deste ano é que, como nunca antes, a situação em torno da Bielorrússia é complexa", disse Lukashenko durante uma reunião com representantes do Conselho de Segurança, do Exército e do Serviço de Guarda de Fronteiras (SBC) do país, citado pela agência oficial Belta.

Lukashenko, o principal aliado da Rússia na guerra na Ucrânia, disse que a protecção da fronteira bielorrussa envolve, também, a "Polícia e as autoridades locais”, além de uma força própria, segundo a agência espanhola EFE.

Referiu, ainda, o apoio dado por unidades das Forças Armadas, depois de ter ouvido um relatório do presidente do Comité de Fronteiras do Estado, tenente-general Anatoli Lappo, sobre a situação fronteiriça.

O Comité Fronteiriço referiu que os países vizinhos continuam a construir uma "cortina de ferro” ao longo da fronteira bielorrussa, "não só a partir de estruturas e barreiras de engenharia estacionárias, mas também de campos minados no Sul”.

A Bielorrússia tem uma fronteira de cerca de 3.600 quilómetros (km) de extensão que partilha com cinco países: Rússia (1.312 km), Ucrânia (1.111 km), Lituânia (640 km), Polónia (375 km) e Letónia (161 km).

O SBC disse que "mais de 980 km de barreiras de engenharia de vários tipos foram erguidos” desde 01 de Janeiro, dos quais 553 km pela Lituânia, 202 km pela Polónia, 141 km pela Ucrânia e 86 km pela Letónia.

A força fronteiriça informou, também, a Lukashenko de que o território bielorrusso tem sido alvo de reconhecimento aéreo por 'drones' (aeronaves não tripuladas), com o registo de 463 voos desde o início da guerra na Ucrânia.

Num encontro que manteve em Minsk com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, na quinta-feira passada, Lukashenko acusou o Ocidente de tentar utilizar a Ucrânia contra a Bielorrússia e disse estar "agradavelmente surpreendido” com a resistência de Kiev a essas pressões.

 

Expansão da OTAN é ameaça à Rússia

Chefe de Estado-Maior, Valeri Gerasimov,  acusou, sexta-feira, a OTAN de expansionismo, que juntamente com a guerra híbrida levada a cabo pela Ucrânia "são ameaças graves à segurança militar russa”.  Desta forma, Gerasimov justificou o desenvolvimento e o fortalecimento das Forças Armadas "com fins (objectivos) práticos” no sentido da defesa da Rússia.

"O plano foi aprovado pelo Presidente Vladimir Putin e pode ser ajustado quando se verificam novas ameaças à segurança militar da Rússia”, disse Gerasimov, citado pela agência Tass. "Actualmente, estas ameaças converteram-se em aspirações da Aliança Atlântica que procura expandir-se através da Finlândia e da Suécia e também da Ucrânia, como ferramenta para uma guerra híbrida (contra a Rússia)”, acrescentou.

De acordo com a doutrina militar, a guerra híbrida usa conceitos convencionais com tácticas irregulares, métodos cibernéticos ou desinformação. 

Para o chefe do Estado-Maior, é preciso neutralizar as ameaças e ajustar os "parâmetros que já foram aprovados" durante as próximas reuniões das altas patentes das Forças Armadas da Rússia.

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