Economia

Bié pede urgência na construção do Pólo Industrial do Cunje

Pedro Narciso |

Jornalista

Em entrevista recente, o ministro da Indústria e Comércio citou a comuna do Cunje, a 7 quilómetros do Cuito, capital da província do Bié, como uma das localidades em que se vai erguer um dos muitos pólos industriais em Angola.

01/06/2023  Última atualização 08H50
© Fotografia por: DR

Os empresários da província do Bié congratularam-se com o anúncio da construção de novos pólos industriais, em todo o país, feito pelo ministro da Indústria e Comércio na entrevista exclusiva ao JEF, em que Victor Fernandes cita a comuna do Cunje, a 7 quilómetros do Cuito, capital da província do Bié, como uma das localidades onde  se vai erguer uma dessas infra-estruturas. Porém, os bienos pedem mais profundidade no conjunto de propostas, avançando ser necessário "mais celeridade nas decisões a tomar, para que não se repita o que se passou”,  diz Paiva Horácio, empresário ligado à área agrícola, numa alusão às obras do primeiro projecto do Pólo Industrial do Cunje, suspensas logo no seu arranque, por motivos nunca esclarecidos, há aproximadamente dez anos. "Na altura, 38 empresas concorreram para a obtenção do crédito que o Estado proporcionou”, argumentou o empresário.

"A boa nova vai provocar um ânimo geral aos empresários locais”,  asseguraPaiva Horácio, revelando que muitos "estiveram prestes a desistir” de fazer negócios.

"Estamos num ponto estratégico, tanto para a exportação como para a importação”, avança, por seu turno, uma empresária ligada ao sector da criação de gado bovino.

O produtor de sementes de cereais Alféu Vinevala, chefe de fila da classe empresarial do Bié, também falou sobre o assunto, explicando a dinâmica que a província pode imprimir com o Pólo Industrial do Cunje."Se pensarmos o que foi o Bié num passado não muito distante, conseguimos concluir o quão útil pode ser a criação de infra-estruturas para a dinâmica do tecido empresarial da província e, consequentemente, do país”.

 Já em 1911 foi fundada a Associação Comercial do Bié, com estatutos aprovados no ano seguinte, e o  Anuário de Angola 1962-1963 referia que a província era constituída por solos aráveis e férteis e também rica em ferro e diamantes. Como grande vantagem, o facto de os solos possuírem humidade suficiente e água abundante, o que possibilita, na época seca, o cultivo de diversos produtos hortícolas, como tomate, couve, repolho, pimento e cebola.

Sobre o arranque das obras do Pólo Industrial que vai nascer na comuna do Cunje, não se conhecem ainda detalhes, apesar de o JEF já os ter solicitado ao Governo Provincial do Bié. Certo é que se está em presença de um projecto de 2 mil hectares.

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