Cultura

Benguela: Idosos visitam Museu Nacional de Arqueologia

Quarenta idosos, com idades compreendidas entre os 67 e os 89 anos, dos Lares da Terceira Idade “Girassol”, situado na zona Alta do município do Lobito, e Ondjo Yetu, na zona F, em Benguela, visitaram, no fim-de-semana, pela primeira vez, o Museu Nacional de Arqueologia, na cidade das Acácias Rubras.

29/11/2023  Última atualização 08H53
Idosos de dois lares da terceira idade, em Benguela, constataram peças no local © Fotografia por: Edições Novembro
A actividade foi promovida pela direcção do gabinete provincial da Acção Social, Família e Igualdade do Género, no âmbito da estratégia de combate à descriminação social e a unificação das famílias.

A visita teve como objectivo fundamental, dar oportunidade aos idosos de constatar as condições que, actualmente, aquele monumento histórico nacional oferece, para os apreciadores da beleza museológica.

Durante aproximadamente duas horas de visita, os idosos  conheceram todas as dependências do Museu, constataram o material arqueológico, desde os artefactos de ferro, pedra e madeira, assim como os produzidos com palha.

O director do Lar dos Idosos, Rosário Lourenço, fez saber que as "bibliotecas vivas” têm passado muito tempo confinados, apesar de haver no recinto da instituição vários equipamentos e condições de recreação, que promovem uma convivência salutar e saudável entre os idosos.

Os visitantes, explicou, tomaram conhecimento via comunicação social sobre a reabilitação que o museu beneficiou  um trabalho que veio modernizar toda a infra-estrutura museológica, sem perder a sua originalidade histórica.

"Por esse facto, solicitaram à direcção da Acção Social para tomar contacto directo com o referido bem social, por fazer parte da vida deles, quando muitos  ainda eram crianças, adolescentes e jovens”, explicou.

Desde que o edifício foi reabilitado, sublinhou, fruto de uma intervenção do Governo Provincial de Benguela, garantido a infra-estrutura uma nova imagem, os idosos sentiram-se motivados com a notícia e decidiram efectuar uma visita ao local.

Para os idosos, esclareceu, o Museu Nacional de Arqueologia em Benguela  é um empreendimento que contribuiu de forma significativa no processo de desenvolvimento cultural e intelectual dos mesmos, durante os longos anos, desde a infância até à fase adulta.

A directora do Gabinete Provincial da Acção Social, Família e Igualdade do Género, Junice Neves, disse que a visita dos idosos se enquadra, igualmente, na campanha dos 16 dias de activismo pelo fim da violência contra a mulher e a menina, em 2023.

 
Condições 

O Museu Nacional de Arqueologia, situado junto à orla marítima da praia Morena, recebe, mensalmente, a visita de 500 pessoas, maioritariamente estudantes de diversas instituições de ensino, nacionais e estrangeiros, por ser um local que conserva a realidade do acervo histórico do país.

Depois da sua reabilitação e a entrada em funcionamento do museu, permitiu a organização interna de todos os equipamentos, contando até ao momento, com mais de nove mil peças de interesse histórico e arqueológico, conservadas num edifício de oitomil metros quadrados.

O edifício é construído de blocos de pedra bruta calcária. O piso foi reforçado com portões e gradeamentos de ferro maciço, utilizado na época colonial, como centro logístico para o tráfico de escravos e mais tarde, passou a pertencer à Alfândega de Angola.

No local, os idosos puderam ter contacto com uma exposição de diversos instrumentos puros, como lanças de ferro, núcleos e lascas, objectos de cerâmica, macetas, missangas e dentes de tubarão (Megalodon), que já data a milhares de anos.

Os idosos constaram, também, com nostalgia, uma viatura de marca Land Rover, que na época servia para a realização de trabalhos de campo, oferecida pelo primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto.

As pesquisas arqueológicas, em Angola, existentes naquele museu e que despertaram maior atenção dos idosos, durante a visita, datam de 1800.

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