O artista plástico Paulo Formiga, que foi distinguido com uma menção honrosa no Concurso ENSA Arte’2021, pretende conquistar o mundo com as suas obras, mostrando em tela um conceito inovador sobre as artes, realçando o naturalismo da beleza da mulher africana.
O pintor autodidacta, que entrou no mundo das artes desde muito cedo, utiliza nas suas obras várias técnicas diferentes. Por se considerar um artista multifacetado, Paulo Formiga utiliza para cada obra um material diferente, como fez questão de sublinhar, dar sentido aos seus trabalhos.
Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, Paulo Formiga explicou que a atracção pelos pincéis, a possibilidade de colocar em tela o que esteve sempre no seu interior, bem como a liberdade de expressar sem censura o seu imaginário, o motivou a entrar de corpo e alma nas artes plásticas.
Relativamente à caracterização das obras, o artista pinta rostos femininos por ser apologista da beleza natural, dos trançados africanos e também da coloração no tom da pele das mulheres negras. Ao perceber que queria viver da arte, o pintor começou a desenvolver, desde 2019, as suas próprias técnicas, que dariam lugar a uma forma muito própria de estar nas artes plásticas.
Nos quadros, Paulo Formiga diz que realça, igualmente, o naturalismo da beleza da mulher africana como um protesto à falta de valorização da beleza natural, no qual defende o afro, carapinha e outros penteados. "Estes penteados mostram a verdadeira essência de uma mulher africana. Pretendo mostrar, também, que as mulheres não precisam de usar produtos químicos e cosméticos para alteração do tom da pele e utilizar tranças postiças para esconder os seus cabelos por vergonha”, lamentou.
Membro da Galeria Afrikanizm International, Paulo Formiga conta, actualmente, com várias peças no mercado.
Experiência única no Concurso ENSA Arte
Quanto à participação no Concurso ENSA Arte’2021, o artista explicou que foi uma experiência única, porque permitiu destacar e dar visibilidade à carreira. "Foi um concurso em que participaram artistas consagrados, do qual nunca pensei sair o vencedor”, admitiu. Sobre o quadro "Ambicionei até à menopausa”, com o qual conquistou o prémio, Paulo Formiga diz que retrata a história de uma mulher ambiciosa que almeja, de forma absurda, crescer na vida, mas quanto mais alcançava os objectivos, descartava a possibilidade de procriação, porque encarava ter filhos como um impedimento para a realização pessoal.
Já com a idade avançada e com desejo de ser mãe, a mulher não consegue engravidar por estar na menopausa.
O artista plástico explicou que buscou não somente respeitar essa característica africana de procriar, como também criar uma simbologia que leva o observador a olhar para a tela e ter uma ideia imediata da tradição, cultura e filosofia africana, que têm na família alargada a grande riqueza.
Paulo Formiga, que nasceu em 1998 na província do Uíge, é filho de Modesto José Kudissuca e de Lurdes Fernando.
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