Patologia causa dificuldades para caminhar, sentar-se, inchaço na vulva e desconforto durante as relações sexuais
Antónia da Silva começou a sentir uma inflamação na região genital que a deixou bastante preocupada, mas, por desconhecimento, optou por se calar por algum tempo.
Dias depois, notou que a inflamação se mantinha, provocando dor e desconforto, por esta razão teve de, recorrer até à unidade sanitária mais próxima, onde recebeu assistência de um ginecologista.
O diagnóstico, obtido através de um exame pélvico, acusou bartolinite, uma doença desconhecida por ela na altura.
"Fiquei completamente assustada e entrei em pânico. Nunca antes ouvi falar sobre a doença. Tomei coragem e me abri com as minhas irmãs. Infelizmente, todas desconhecíamos o assunto”, explicou.
Ainda no hospital, lembrou, o médico prestou todos os esclarecimentos necessários, inclusive que a doença tem cura e o tratamento é feito à base de antibióticos.
"Fiz o tratamento du-rante três semanas, mas, infelizmente, a situação voltou a se repetir, sofri reinfecções por duas vezes e por isso, a equipa médica decidiu realizar uma cirurgia para a drenagem do pus. O processo provocou uma ligeira perda da lubrificação, mas actualmente levo uma vida completamente normal”, disse.
Infecção causada por
várias bactérias
De acordo com o especialista em ginecologia e obstetrícia, João Simão, a bartolinite é uma infecção causada por várias bactérias, sobretudo a E.Coli, Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, sendo por isso, considerada uma doença de transmissão sexual, que afecta, maioritariamente, mulheres em idade reprodutiva.
Os principais sintomas, descreveu, são dores na região genital, vermelhidão e inflamação na referida área.
A patologia, explicou, é caracterizada pelo inchaço da glândula de bartolin, localizada na região genital da mulher e provocada por uma obstrução do ducto que drena as secreções.
As glândulas de Bartolin, avançou, estão localizadas na base dos pequenos lábios, em cada um dos lados da vagina e têm como função a lubrificação.
Apesar de não avançar números, o especialista disse que o Hospital Geral Especializado Augusto Nagangula tem recebido vários casos da doença.
"Muitas mulheres em idade sexual reprodutiva acorrem à unidade sanitária queixando-se de dificuldades para caminhar, sentar-se assim como um inchaço na vulva. Caso as duas glândulas estejam infectadas, com o passar do tempo, pode ocorrer a saída de secreção purulenta”, disse.
Infelizmente, referiu, as doenças sexualmente transmissíveis são mais frequentes nos adolescentes, porque começam a ter relações sexuais sem protecção e não têm noção da gravidade do assunto.
Além da bartolinite, acrescentou, caso haja qualquer processo obstrutivo, lesão inflamatória num folículo piloso, ou qualquer situação que obstrua a saída do muco para o exterior da glândula, a inflamação vai aumentar de volume e tornar - se no quisto de Bartholin
Diferenças
João Simão explicou que a diferença que existe entre as duas patologias é que uma paciente com bartolinite regista o aumento do volume da vulva, vermelhidão, dor que pode enfraquecer as actividades diárias e sobretudo as relações sexuais.
Por sua vez, o quisto de bartolin, continuou, causa o aumento do volume da região onde se situa a glândula de bartolin, que é a base dos pequenos lábios, causando uma assimetria na vulva, mas sem dor.
Formas de tratamento
O médico conta que a patologia tem cura, mas aconselha as mulheres, sobretudo em idade reprodutiva, a optarem pela prática de relações sexuais mais seguras, para não contraírem várias doenças de transmissão sexual, como é o caso da bartolinite, gonorreia ou sífilis.
Para o especialista, é necessário, ainda, a realização de exames para o diagnóstico de determinadas patologias. No caso da Bartolinite, explicou, o tratamento passa pelo uso de antibióticos. Caso a situação já seja mais grave, disse, é necessário a realização de uma incisão na região, para a drenagem do pus e posteriormente a prescrição de uma gama de antibióticos.
No quisto de bartolin, esclareceu, o tratamento passa pela retirada do próprio quisto e é uma doença que tem cura.
O tratamento, referiu, é feito entre sete a dez dias com o uso de antibióticos. Nos casos em que é necessária a realização de uma cirurgia, informou, a terapia pode levar mais tempo, por causa dos curativos diários.
Reinfecção
Outra preocupação que normalmente acontece, explicou, são os casos de reinfecção. "Em muitos casos, as pacientes recebem o devido tratamento, mas ocorre o ressurgimento da doença. Nestas situações, a equipa médica tem de fazer uma pequena cirurgia para a extracção da própria glândula de bartolin e assim evitar infecções contínuas”, disse.
Outro procedimento, disse, tem sido a marsupialização da glândula de bartolin, onde é aberta a glândula para o vazamento do pus. As glândulas de bartolin, explicou, são responsáveis pela produção do muco e estão localizadas na parte mais interna dos lábios vaginais.
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