Cultura

Banda gospel mantém aposta firme nos ritmos tradicionais

Roque Silva

Jornalista

A preservação dos ritmos musicais nacionais continua a configurar aposta da banda gospel Nebulosa Celestial, conjunto cuja base rítmica do segundo álbum está nos géneros musicais tradicionais de várias regiões de Angola.

10/02/2021  Última atualização 17H01
Conjunto gospel tem agendado para finais deste mês o lançamento do novo disco “Nossa Raiz” © Fotografia por: DR
Conhecido pelo seu poderio vocal e como o grupo gospel nacional mais tradicional, o conjunto tem agendado para o final do corrente mês o lançamento e apresentação do próximo disco, com o sugestivo título "Nossa Raiz”.
O CD tem 14 faixas executadas nos géneros das regiões do Norte e Sul, como é o caso do Nguandja, e do Leste de Angola, além da fusão entre eles. O produtor musical e integrante do Nebulosa Celestial, que não citou propriamente a nomenclatura dos géneros e ritmos, garantiu haver um casamento "perfeito” entre ritmos das Lundas Norte e Sul e do Moxico com os do Uige e Zaire.

Jaime Chacaledisse referiu que constam, no repertório, canções de domínio público, com quase 30 anos, e de compositores e autores nativos de várias províncias, mas residentes em Luanda, que autorizaram uma nova roupagem as suas obras.
Os temas, disse, são interpretadas nas línguas tradicionais de Angola kikongo, umbundu, kimbundu e cokwe, e na congolesa lingala.
Jaime Chacale, que também é engenheiro de som e voz barítono, esclareceu que o conjunto procurou modernizar músicas tradicionais e antigas, mas sem perder a essência das mesmas.

Segundo o músico, o conjunto apresenta uma proposta ousada com os instrumentos e ritmos de Angola, interpretados de seu jeito peculiar, mas sem desvirtuar do original.
Disse que pretendem mostrar como o álbum a vasta e rica diversidade do cultural do país, através da essência dos ritmos. "Acho que conseguimos fazer um grande trabalho. Mas vamos aguardar o feedback dos consumidores”.

Dentre as 14 faixas, cinco são apenas instrumentais de algumas das 9 canções completas, para que as pessoas que se identificarem com as músicas possam cantar.
O álbum foi gravado entre Agosto e Setembro de 2020, em Angola, nos estúdios da Chacale Music e LR, numa programação que incluiu a captação, mistura, masterização e edição, actividades cuja autoria pertence a Jaime Chacale.
Tem participações de Mário Gomes (guitarras) e Jorge Mulumba (puita e hungu), Ivan da Neves (bateria), Correia Miguel (percussão).

Com mais de 20 anos, o conjunto estreou-se no mercado discográfico em 2018 com CD "Canoa”, e integra os músicos Mimi Ernesto, Geovania Macoza e Carina Meireles (soprano), Maira Chacale, Cristina Mucaji, Inacia Adelaide e Sandra Tiago (contralto), Nivaldo Tiago e Edson Paulo (tenor), Matamba Ernesto (tenor e violão), Carlos Cairingui e Cardoso Quissanga (baixo), e Jaime Chacale (barítono e produtor musical).

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