Economia

Banco Central Europeu mantém pressão sobre o mercado

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que as próximas decisões sobre a taxas de juro dependem dos dados económicos e financeiros, porque aumentou a incerteza com a tensão nos mercados financeiros.

20/03/2023  Última atualização 07H43
© Fotografia por: DR

Lagarde considerou, no entanto, que há caminho a percorrer.

O BCE referiu que o sistema bancário europeu é resistente, após decidir subir as taxas de juro em 50 pontos como estava previsto, porque a inflação "vai continuar alta durante demasiado tempo".

A presidente do BCE disse, em conferência de imprensa, que a decisão foi tomada por "uma maioria muito ampla" e que só três ou quatro membros do Conselho do BCE não a apoiaram.

"Estamos a acompanhar de perto a tensão nos mercados e estamos prontos a agir", insistiu Lagarde, após a agitação que atingiu os mercados nos últimos dias após o colapso do norte-americano Silicon Valley Bank (SVB) e das preocupações na Europa com o Credit Suisse.

Mas, o sector bancário "está actualmente numa posição muito mais sólida do que em 2008", afirmou.

"A economia da zona euro estagnou no quarto trimestre de 2022, evitando a contracção que era esperada. No entanto, a procura caiu bastante", segundo Lagarde.

Em 2023, a zona euro vai registar uma inflação menos elevada e um crescimento mais forte do que o previsto, num contexto de acalmia nos preços da energia.

A inflação deve ficar em 5,3 por cento em 2023, contra os 6,3 por cento previstos no final de Dezembro, depois descem para 2,9 por cento em 2024 e para 2,1 por cento em 2025, de acordo com as novas previsões da instituição.

Em relação ao crescimento na zona euro, prevê-se que seja de 1 por cento este ano, quando se apontava para 0,5 por cento na anterior previsão. Para 2024 e 2025 é antecipada uma expansão de 1,6 por cento.

Mas, as novas projecções macroeconómicas do BCE "foram finalizadas no início de Março, antes do recente surgimento de tensões nos mercados financeiros. Assim, essas tensões implicam uma incerteza adicional em torno das projecções de referência para a inflação e o crescimento", considerou a própria instituição no comunicado divulgado após a reunião de hoje. A presidente do BCE defendeu também que os governos da zona euro devem começar "rapidamente" a reduzir os apoios orçamentais às famílias e às empresas, para travar a inflação e sugeriu um debate sobre "uma partilha adequada" do "fardo" da inflação, já que as margens de muitas empresas aumentaram nos últimos meses.

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