Economia

BAD empresta 2,8 milhões no Nzeto

Fernando Neto | Nzeto

Jornalista

Um centro de apoio à pesca artesanal foi inaugurado, no município do Nzeto, província do Zaire, para melhorar o manuseio, processamento, acondicionamento e comercialização do pescado na região, segundo a secretária de Estado para as Pescas, Esperança Maria da Costa.

25/04/2021  Última atualização 21H09
© Fotografia por: DR
A infra-estrutura, inaugurada sexta-feira  foi financiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em 2,86 milhões de dólares e possui uma loja para venda de material de pesca, oficina de mecânica naval, além das áreas de processamento, produção de farinha de peixe, secador solar de pescado, túnel contentorizado de congelação com capacidade para 15 toneladas, câmara de conservação para dez toneladas e fábrica de gelo em escama.

O centro, construído em cinco anos, vai trabalhar em colaboração com 260 pescadores artesanais locais que possuem uma frota de 67 chatas, das quais 25 com motor à popa. O centro conta, igualmente, com 80 mulheres processadoras de peixe (antigas comerciantes de pescado).
A secretária de Estado para as Pescas, Esperança Maria, da Costa sublinhou, na ocasião, a importância do centro para a melhoria da qualidade nutricional das comunidades, em função dos novos equipamentos de processamento e conservação para o pescado.

"A entrega deste centro do Nzeto vai permitir que a comunidade local passe a consumir peixe de elevada qualidade e, assim, melhorar a sua nutrição. A formação de jovens pescadores e mulheres processadoras de pescado visa à melhoria da qualidade do produto processado e comercializado na região”, disse.

Em relação a necessidade de construção de uma ponte cais no município do Nzeto para apoiar o processo de embarque, desembarque e protecção das embarcações artesanais, Esperança Maria da Costa afirmou que o projecto consta do Plano de Acção do Ministério da Agricultura e Pescas e vai ser implementado tão logo haja disponibilidade financeira.

"Recebi com atenção a sugestão dos pescadores sobre a necessidade de construção de uma ponte cais para melhorar os seus serviços de embarque e desembarque. Este projecto consta do diagnóstico e Plano de Acção do Ministério da Agricultura e Pescas recentemente aprovado pelo Executivo. São acções que vamos continuar a levar a cabo no Zaire a seu tempo”, avançou.

o  crédito concedido no  Nzeto é parte dos esforços institucionais de financiamento do sector real da economia destinados a impulsionar a produção nacionaol, no quadro do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (Prodesi), no qual o Executivo, o Banco Nacional de Angola (BNA) e os bancos comerciais têm estado a empregar dezenas de milhares de milhões de kwanzas.
 
 Cooperativas beneficiam de   embarcações

O governador do Zaire, Pedro Makita, considerou que as 20 cooperativas de pesca do Nzeto, algumas das quais beneficiaram, no ano passado, de novas embarcações e material de pesca, têm a oportunidade de melhorar o trabalho e oferecer um produto com melhor qualidade.
"Estamos gratos por este empreendimento que proporciona empregos, oportunidades de negócio e dá passos no processo de combate à fome e à pobreza. Agora, os pescadores têm uma loja de venda de material e um posto de abastecimento de combustível aqui na praia”, disse.

Maria Antónia Dinis, 30 anos, vice-presidente da Associação das Peixeiras do Nzeto, conseguiu o primeiro emprego formal como processadora de peixe seco no Centro de Apoio à Pesca Artesanal e espera melhorar a sua vida financeira e social.
"Tratávamos o peixe em condições pouco recomendáveis em termos de higiene e o centro veio resolver o problema da conservação do pescado e evitar certas doenças”, disse.

O município do Nzeto tem inscritas, na Direcção Municipal de Agricultura e Pescas, 50 cooperativas, das quais 20 estão activas, constituídas por dez elementos, as quais  dedicam-se à captura de espécies como sardinha, corvina grossa, pargo, garoupa, tubarão, linguado, cachucho, carapau, camarão, lagosta e caranguejo.

O administrador do Nzeto, Augusto Ntieko, manifestou-se satisfeito com a nova infra-estrurtura, na medida em que,  além de proporcionar novos postos de trabalho, contribui para a preservação do meio ambiente, através do aproveitamento do pescado para a produção de farinha de peixe.

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