Economia

Bacias terrestres representam mais de 500 milhões de barris

Vânia Inácio

Jornalista

Os nove blocos petrolíferos das bacias terrestres do Baixo Congo e do Kwanza apresentados aos investidores pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), ontem, em Luanda, representam mais de 500 milhões de barris de petróleo.

13/04/2021  Última atualização 08H49
ANPG prevê a entrada de empresas nacionais como operadoras dos blocos terrestres © Fotografia por: Vigas da Purificação| Edições Novembro
O director do Gabinete de Dados da ANPG, Sebastião Nunes, disse na apresentação que  os blocos são licitados com base em informações de poços e sísmicas adquiridas em 2014, bem como em relatórios e estudos  geológicos e sísmicos obtidos ao longo dos 40 anos em que permaneceram operacionais.

Sebastião Nunes referia-se a três blocos da Bacia Terrestre do Baixo Congo (designados Con1, Con5 e Con6) e a seis da Bacia Terrestre do Kwanza (Kon5, Kon6, Kon8, Kon9, Kon17 e Kon20) que são submetidos a concurso no último dia deste mês, a 30 de Abril.

"Penso que, tratando-se de poços onshore, dentro de dois a três anos de exploração já será possível obter resultados, tanto de produção de hidrocarbonetos, como, também,  resultados de geração de empregos directos e indirectos”, prevê Sebastião Nunes, notando que, ao contrário, em poços offshore que seriam necessários cinco anos.

O director do Gabinete de Dados da ANPG garantiu que estão salvaguardados os aspectos ambientais e a segurança da população à volta das bacias, sublinhando que os estudos de acessibilidade são realizados para assegurar essas questões.
Nesta fase, anunciou, decorrem estudos regionais destas bacias, para, na próxima fase de exploração, serem identificados os prospectos e todas as questões relacionadas as populações.

Estratégia de licitações
Na ocasião, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, que proferiu o discurso de abertura, disse que o Governo prevê, entre 2019 e 2025, a atribuição de mais de 50 concessões, visando inverter o quadro de declínio de produção e reservas de hidrocarbonetos que se verifica no país desde 2016.

Lembrou que o Governo lançou, em 2019, a Estratégia de Atribuição de Concessões 2019–2025, consciente da importância do petróleo e gás como recursos estratégicos e grandes contribuintes para o PIB, para as receitas fiscais e para a diversificação da economia do nosso País.

"Angola tem uma história robusta, de muito orgulho e de grande relevância na indústria petrolífera, tendo estado a evoluir neste sector ao longo de várias décadas, atingindo, nas últimas duas décadas, a posição de segundo maior produtor de petróleo na África”  Subsaariana, destacou.

O foco, apontou, consiste em assegurar a sustentabilidade continua da produção e das actividades do sector e dar continuidade à estratégia de atribuição de concessões, bem como melhorar o ambiente de negócios, criando as condições necessárias para atrair investidores. 

"Estamos optimistas quanto ao futuro do nosso sector e vamos continuar com a nossa estratégia de atribuição de blocos nos próximos anos e garantir, consistentemente, o aumento do volume de actividades e investimentos no sector, para mitigar o declínio de produção e reservas de hidrocarbonetos do país”, declarou.

Início do concurso
O director de Negociações da ANPG, Hermenegildo Buíla, anunciou  que a abertura oficial do concurso público ocorre no dia 30 de Abril, sendo o dia 9 de Junho, às 17 horas, último prazo previsto para a submissão das propostas.

Os candidatos ao processo de licitação terão de depositar uma quota de entrada no valor de um milhão de dólares, uma soma aplicada tanto a investidores nacionais como a  estrangeiros, sem opção de negociação.  No dia 10 de Junho, serão apresentadas as propostas em acto público, para, a 10 de Agosto, serem conhecidos os vencedores.

O processo começou a 31 de Dezembro do ano passado, com o pré-anúncio do concurso, numa campanha direccionada, principalmente, às pequenas e médias empresas.
"O grau de interesse é enorme e contamos ter, no final deste processo, novas empresas angolanas a operar com a função de operadoras na indústria nacional”, disse Hermenegildo Buíla, acrescentando que o processo é transparente, pois está a cumprir com todas as regras e procedimentos recomendados.

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