Cultura

Autoridades tradicionais são guardiões da identidade

Fernando Neto | Mbanza Kongo

Jornalista

As autoridades tradicionais são a reserva moral e cultural da sociedade angolana, por serem os guardiões da identidade, hábitos e costumes de um povo, reconheceu, ontem, em Mbanza Kongo, o vice-governador para o sector Político, Social e Económico da província do Zaire.

01/06/2023  Última atualização 07H40
Usos e costumes no Zaire © Fotografia por: Garcia Mayatoko | Edições Novembro | Mbanza Kongo
Afonso Nzolameso fez esta afirmação na cerimónia de abertura do encontro provincial de auscultação das autoridades tradicionais do Zaire, realizado no anfiteatro do II Edifício do Governo local, sob o lema "Autoridades tradicionais, num contexto de mudança social”.

O encontro, que serviu para colher contribuições a serem apresentadas no IV Encontro Nacional das Autoridades Tradicionais, a decorrer de 7 a 8 deste mês,  em Luanda, constitui uma oportunidade para as autoridades tradicionais poderem sugerir tudo quanto acharem pertinente.

"As autoridades tradicionais constituem a base da transmissão dos hábitos e costumes entre gerações, factor essencial para que a nossa cultura se mantenha cada vez mais viva. Este encontro é uma soberana oportunidade para que as autoridades tradicionais possam expor, sem sobressaltos, as suas preocupações sobre os mais diferentes assuntos das comunidades que representam”, frisou.

Na visão do vice-governador Afonso Nzolameso, as autoridades tradicionais devem, também, apoiar os órgãos do Ministério do Interior no combate à criminalidade, à imigração ilegal e ao contrabando de combustível, através da denúncia de ocorrências nas suas comunidades.

"O Executivo angolano atribui uma importância particular às autoridades tradicionais, na medida em que se predispõem a resolver os problemas da comunidade onde se encontram inseridas, na ausência de estruturas da administração. Neste sentido, pedimos, também, aos mais velhos no sentido de colaborarem com a Polícia Nacional e com os Órgãos da Administração da Justiça, denunciando aqueles que praticam actos de criminalidade nos nossos bairros”, apelou.

O regedor do Bairro 4 de Fevereiro, em Mbanza Kongo, Lusimana Zola, mostrou-se preocupado com a questão da falta de condições das regedorias, do baixo subsídio que auferem as autoridades tradicionais, que ronda entre 12 e 24 mil kwanzas, e a falta de patentes.

Por sua vez, o representante das autoridades tradicionais do município do Nzeto, José Tito António, apresentou preocupações sobre a escassez de medicamentos nos centros de saúde locais, elevados casos de mortalidade materno-infantil, além de mortes e feridos causados por acidentes de viação, envolvendo mototaxistas.

"As preocupações são várias, apenas para citar algumas: a questão dos medicamentos, mortalidades, acidentes provocados por mototaxistas, estradas em mau estado, falta de um porto pesqueiro ou comercial para atender às necessidades locais e empregar jovens. Sem esquecer o mau estado da estrada que liga a sede às comunas de Kindege e Kibala Norte, que dificultam o escoamento dos produtos”, disse.

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