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Autor de ataque em igrejas no Sul de Espanha actuou sozinho

O homem que esta semana matou uma pessoa e feriu outras quatro em igrejas no Sul de Espanha actuou sozinho e as autoridades não suspeitam de outros envolvidos neste ataque, disse quinta-feira, o ministro espanhol da Administração Interna.

27/01/2023  Última atualização 10H56
© Fotografia por: DR

O ministro Fernando Grande-Marlaska apelou ainda à prudência nas declarações sobre este ataque em Algeciras, na região da Andaluzia, e disse ser necessário esperar pelo desenvolvimento das investigações para determinar a sua natureza.

Segundo afirmou, a casa onde vivia o alegado autor do ataque, que foi detido na quarta-feira, foi ontem revistada pelas autoridades, "uma diligência importante, cujo desenvolvimento poderá determinar a natureza dos factos, a sua natureza terrorista ou qualquer outra”.

Fernando Grande-Marlaska acrescentou que a investigação está a ser feita de forma "rápida e eficaz”, em declarações a jornalistas espanhóis em Estocolmo, na Suécia, onde se encontra para uma reunião de ministros da Administração Interna da União Europeia.

Segundo uma informação enviada, ontem, pelo Ministério da Administração Interna de Espanha aos meios de comunicação social, o homem detido na quarta-feira tem 25 anos, nacionalidade marroquina e tinha desde meados do ano passado um processo de expulsão de Espanha, por estar a viver no país em situação irregular.

O processo, segundo as autoridades espanholas, era de carácter administrativo, estava a seguir o percurso habitual nestes casos e não implicava a execução imediata da expulsão de Espanha, onde o detido vive desde 2019.

O homem "não tinha antecedentes penais ou em matéria de terrorismo em Espanha ou em países aliados”, segundo a mesma informação.

Uma pessoa morreu e outras quatro ficaram feridas na quarta-feira num ataque em igrejas em Algeciras, depois de agredidas com uma arma branca por um homem que foi detido, segundo as autoridades espanholas.

O homem dirigiu-se a pelo menos duas igrejas no centro de Algeciras e, com gritos de "Alá”, atacou várias pessoas com uma arma semelhante a uma catana, tendo uma delas, um sacristão, morrido, segundo autoridades espanholas e relatos divulgados pelos meios de comunicação social.

Outra das pessoas atacadas, um padre, ficou ferida com gravidade, segundo as mesmas fontes. O ataque está a ser investigado como "alegadamente terrorista”.

Desde que foi conhecido o ataque que se tem sucedido em Espanha, os apelos à calma e à prudência nas declarações sobre os acontecimentos em Algeciras.

A Conferência Episcopal Espanhola, que representa os bispos, condenou o ataque e pediu para "não se demonizar colectivos e grupos”.

O secretário-geral da Conferência Episcopal Espanhola, César García Magán, pediu que se deixem trabalhar as forças de segurança e de investigação policial, para serem determinadas as causas deste ataque "lamentável, injustificável e execrável”, e sublinhou como a comunidade islâmica em Espanha condenou de imediato o que aconteceu em Algeciras.

A Comissão Islâmica de Espanha "expressa o seu mais sentido pêsame e apoio às vítimas do atentado em duas igrejas de Algeciras”, disse o líder desta entidade, que representa as comunidades religiosas islâmicas que vivem no país, sendo interlocutora reconhecida pelo Estado espanhol.

O líder desta comissão, Mohamed Ajan, acrescentou que qualquer crente deve sentir que quando está num local de culto "está num oásis de paz que não deve ser perturbado por nenhum motivo” e disse acreditar que "o agressor será colocado perante a justiça” e esperar que o ataque "não vai perturbar a paz social no município de Algeciras”.

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