Neste mês dedicado à juventude, propusemo-nos trazer, à ribalta, parte da história de vida de mais um jovem angolano, que, fruto da sua determinação e resiliência, construiu um percurso empresarial digno de respeito, podendo ser, por isso, um exemplo a seguir para quem pretender trilhar os mesmos caminhos.
Em quase toda parte da cidade de Luanda, bem como em outras cidades de Angola, é comum ver mototáxis circulando. Em busca de melhores condições de vida, Augusto Kalunga viu-se obrigado a se tornar um mototaxista, superando o preconceito de familiares e amigos para garantir o sustento da sua família e cobrir outras necessidades.
O anúncio da alteração do preço da gasolina de 160 para 300 kwanzas, face à decisão do Executivo de retirada gradual do subsídio aos combustíveis, levou alguns automobilistas a admitirem a possibilidade de optarem pelo uso regular dos transportes públicos.
Orlando Víctor afirmou que vai optar pelos transportes públicos, uma vez que percorre diariamente mais de 50 quilómetros de casa para o local de serviço.
Residente da Centralidade do Zango 8 mil, o funcionário de uma instituição bancária no centro da cidade teme pelo aumento do custo de vida, uma vez que gastava, até ontem, cerca de 60 mil kwanzas por mês, com a gasolina. A bordo de uma viatura Kia Sportage, enquanto aguardava para abastecer num dos postos da Pumangol, Orlando disse que está a ponderar com amigos negociar com uma empresa privada do ramo dos transportes para facilitar a sua deslocação de casa para o local de serviço. "Os transportes públicos podem ser a solução, mas eu e mais 12 vizinhos vamos voltar a reunir e maturar melhor a ideia”, explicou, considerando que o Executivo deveria preparar os cidadãos antes da decisão.
Pedro Canela afirmou que cogita em optar por usar a sua viatura de marca Jetour, apenas, em questões de emergência. O funcionário público garante que pode, nos próximos dias, passar a fazer o uso constante de táxis para poupar mais.
"Penso que vou gastar muito menos, embora essa medida que penso tomar também terá os seus custos”, referiu o professor e chefe de departamento de uma instituição pública de ensino.
Quem tem o mesmo pensamento é Carla Pena, funcionária judicial, que alega que pode vir a poupar muito mais se optar por andar de táxis e comboios, uma vez que o que ganha "não vai suportar para abastecer constantemente o depósito da viatura Kia Soul”. "Procurei atestar o depósito, mas sei que vou precisar de aumentar nos próximos 5 dias. Vou ver se penso noutra opção, talvez os transportes públicos sejam a solução”.
Analide Pedro disse ter recebido a notícia com estrondo, na medida em que, afirmou, "sempre pensei que, face a algumas condicionantes, o Executivo continuaria a optar por subsidiar os combustíveis”.
A munícipe disse que entende os motivos da medida adoptada pelo Executivo, mas defende que o aumento deveria ser feito em percentagens mais reduzidas. Em licença de parto, Analide acredita que, embora necessária, os angolanos deverão começar a planificar melhor os seus gastos de tal forma que não ressintam tanto o peso da medida.
"O Executivo devia ser um pouco mais cauteloso, face ao actual custo de vida dos angolanos. Mas agora é hora de adoptarmos outras estratégias para melhor gerir o que ganhamos”.
Gestores acusados de má-fé
Automobilistas acusam os gestores do Posto de Abastecimento de Combustíveis da Sonangol, localizado na saída da Cidade do Sequele, na Via Expressa, de má-fé e tentativa de sobrefacturação.
Segundo os automobilistas, os responsáveis das bombas junto à sede da empresa CTCE, de nacionalidade chinesa, encerraram o posto de abastecimento quando ainda dispunha de combustível, alegando carência, para poder comercializar com a nova tarifa.
"Com a enchente, às 14h00, e após se aperceberem que o preço seria outro, decidiram encerrar as bombas”, acusou um automobilista, cuja viatura foi abaixo no interior das bombas por falta de gasolina.
A equipa do Jornal de Angola tentou ouvir a versão dos responsáveis da referida bomba, mas estes se mostraram indisponíveis.
Ainda ontem, enquanto cumpria com o seu dever, o fotógrafo do Jornal de Angola foi ameaçado por um efectivo da Polícia Nacional, que ameaçou dar-lhe um soco no rosto, caso este profissional de comunicação social fotografasse o referido posto de abastecimento.
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O arcebispo católico sublinhou que o desenvolvimento deve ser fruto de uma justiça social equitativa, que promova, essencialmente, o bem-estar e o progresso, visando o cresimento com incentivo ao mérito
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