Neste caso, os preços cresceram menos comparativamente a Fevereiro, o que pressupõe uma inflação marginal (aumento adicional de preços) negativa.

A situação de abrandamento do ritmo de crescimento de preços observada no mês de Março deveu-se, dentre vários factores, à estabilização do mercado cambial, nos primeiros três meses deste ano, altura em que a moeda nacional registou uma depreciação acumulada de apenas 0,46 por cento face ao dólar norte-americano, fruto da regularização da oferta de divisas.

Outro factor teve a ver com o aumento da produção interna de bens alimentares, suportado pelas políticas públicas de fomento ao crédito agrícola, disponibilização de garantia soberana às operações de financiamento ao sector privado, entre outras, além da consolidação das contas públicas, ao registar uma redução do seu défice fiscal durante o primeiro trimestre do ano em curso.

A tendência da taxa de inflação mensal nos últimos 15 meses regista um abrandamento do ritmo de crescimento de preços no mês de Março de 2024, o que significa que desde Janeiro do ano passado, pela primeira vez, há um ponto de inflexão na tendência crescente dos preços.

Mesmo baseando a análise da evolução da taxa de inflação com os dados da província de Luanda, que representa um peso de cerca de 63 por cento do cabaz do IPCN, a situação mantém-se. De acordo com os dados do INE, no mês de Março do ano corrente a taxa de inflação mensal de Luanda foi de 3,22 por cento contra 3,45 por cento registado no mês anterior, o que representa um decréscimo de 0,23 pontos percentuais da inflação.

A inversão na tendência crescente dos preços em Março, para o caso do IPC de Luanda, foi mais expressiva do que o IPCN. Por sua vez, a taxa de inflação homóloga, medida pela variação do IPCN, registou um agravamento de 2,02 pontos percentuais, ao passar de 24,07 por cento para 26,09 por cento no mês de Março de 2024. Relativamente à província de Luanda, a inflação homóloga registou um agravamento de 3,13 pontos percentuais, ao passar de 32,61 por cento para 35,74 por cento em Março.

Ao contrário da inflação mensal, a inflação homóloga mantém a sua tendência crescente, quer em termos do IPCN como do IPC-Luanda. O agravamento justifica-se pelo facto de, nos primeiros cinco meses do ano passado, terem sido registadas taxas de inflação mensal muito baixas, com uma média de 0,89 por cento. Todavia, se se mantiver a tendência decrescente da inflação mensal nos próximos meses, é expectável que a partir do mês de Julho do corrente ano, sobretudo a inflação homóloga, passará a registar também um decréscimo.