De acordo com Kelvin Memuana, o interesse pelo teatro ocorre em todos os municípios que compõem a província de Benguela, designadamente Balombo, Baía Farta, Benguela, Bocoio, Caimbambo, Catumbela, Chongoroi, Cubal, Ganda e Lobito.

"O interesse pelo teatro acontece, não só por parte de pessoas singulares, mas, também, colectivas” explicou, tendo acrescentado que a nível de Benguela, a Associação Provincial do Teatro controla 19 grupos.

"Para aquilo que foi a nossa eleição, controlamos 19 grupos, porém, há muitos grupos a fazerem teatro em Benguela, e um dos objectivos traçados pela actual direcção da associação é cadastrar todos os grupos que fazem teatro na província”, disse, salientando que o processo está em curso e os resultados são animadores.

A participação da disciplina de teatro no FENACULT, de acordo Kelvin Memuana, levantou o moral, dos fazedores das artes cénicas na província, o que contribuiu para o aumento do interesse pelo teatro.

"Faço uma avaliação positiva do FENACULT, sobre a participação da classe de teatro, porque abraçamos os melhores grupos da actualidade, em Benguela, e fizemos uma festa como nunca antes aconteceu”, enfatizou, indicando que durante o FENACULT os grupos apresentaram as suas peças em vários locais, com destaque para o auditório da Rádio Benguela e na Catumbela.

No festival, lembrou, conseguiu-se congregar os grupos, inclusive do Cubal, um dos mais destacados, a par do Lobito e Benguela, o que serviu, também, de troca de experiência.

O grupo do Cubal, referiu, surpreendeu pela positiva, na medida em que, se calhar, pelo facto de "pensarmos que estávamos no Litoral, pensávamos que estávamos muito melhor e eles nos mostraram o contrário”.

Defendida maior abertura

O presidente da Associação Província do Teatro em Benguela, Kelvin Memuana, defendeu mais abertura aos gestores de espaços públicos, nas actividades que visam os ensaios e apresentação de peças de teatro.

Segundo o responsável, já manifestou tal preocupação às autoridades competentes, porque muita das vezes "nós artistas quando vamos solicitar algum espaço para teatro somos negados”.

Explicou que quando se defende a massificação e expansão do teatro, são os próprios directores de escolas ou outros gestores de infra-estruturas públicas que negam o uso destes locais públicos.

"As pessoas que poderiam nos incentivar, ou membros de instituições públicas, que ao invés de nos incentivarem, são as mesmas pessoas que negam, alegando que vamos estragar alguma coisa nas infra-estruturas”, lamentou, afirmando que com a não autorização para a utilização dos espaços é a cultura que perde.

"Nós artistas temos tido muitas dificuldades nesta área. Então, gostaríamos de pedir a sensibilidade de pessoas que podem contribuir muito para a cultura, que estão em cargos destacados para facilitarem os artistas”, sublinhou.