Sociedade

Atendimento no Hospital Geral de Viana marcado por enchentes

Madalena Quissanga

Jornalista

O segundo dia de atendimento no Hospital Geral de Viana, em Luanda, ficou marcado por grande afluência de pacientes que procuravam pelos seus serviços, situação que dificultou, em certa medida, o trabalho da equipa médica, constatou, sábado, o Jornal de Angola no local.

14/04/2024  Última atualização 08H10
© Fotografia por: Edições Novembro

Durante a permanência da equipa de reportagem, registou-se, por um lado, a ansiedade dos utentes em serem atendidos no novo e moderno hospital, inaugurado um dia antes pelo Presidente João Lourenço, e, por outro, a necessidade de receber assistência médica mais humanizada.

Apesar da afluência, notou-se a disponibilidade e prontidão da equipa médica em serviço a corresponder aos anseios dos pacientes.

Neusa Patrícia Manuel, moradora na Centralidade Zango 8000, a poucos metros de distância do novo hospital, que recebeu o nome do bispo reformado da Igreja Metodista Unida Emílio de Carvalho, queixava-se de febres, mal-estar, dores nas articulações e zona lombar. Os mesmos sintomas que tinha o filho menor.

A mesma disse ter chegado ao estabelecimento por volta das 6h30, na expectativa de ser uma das primeiras a ser atendida, mas, ao chegar ao local, ficou assustada com o número de pessoas que encontrou.

"Encontrei crianças agitadas no colo das mães a convulsionarem por causa da demora no atendimento, mas, ainda assim, os próprios médicos e enfermeiros conseguiram dar resposta a todos os casos”, elogiou.

A paciente disse entender a dificuldade do pessoal médico, por estar em novas instalações, cuja adaptação nem sempre é fácil nos primeiros dias. "É normal que haja essa demora, porque eles ainda não conhecem o hospital, vêm transferidos de áreas diferentes”, sustentou.

No momento da reportagem, encontrámos Silva Massanga, 50 anos, moradora do Zango 3B, que acabava de ser atendido no Hospital "Bispo Emílio de Carvalho”. Queixava-se de dor na coluna que ia descendo para o fémur. A dor, que já levava uma semana, provocava dificuldades na locomoção. No final da consulta, foi recomendado repouso e o regresso ao hospital, depois de sete dias, para mais uma avaliação.

Silva Massanga louvou a iniciativa do Executivo pela disponibilidade e construção do novo hospital próximo da sua área de residência e considerou que, pelos serviços disponíveis na nova unidade sanitária, já não terá necessidade de se deslocar para outros hospitais do centro da cidade à procura de assistência médica.

Urgência atendeu 78 pacientes nas primeiras 24 horas

Após a inauguração do Hospital Geral de Viana, foram atendidos 78 pacientes no Banco de Urgência, revelou, ontem, o director daquela área.

Marcos Carvalho disse terem sido realizadas duas cirurgias gerais, uma das quais por apendicite, bem como um parto. Ontem, acrescentou, foi feita uma cirurgia de urologia e uma "sistotomia derivativa”.

O responsável justificou a morisidade no atendimento com a demanda dos utentes, bem como o processo de acomodação dos pacientes idos do Hospital Américo Boavida.

"O hospital é novo e (bem) equipado, o pessoal técnico está a trabalhar (…), mas a grande dificuldade que temos, por ser uma unidade nova, é enquadrar os novos utentes de forma organizada para melhor assistência médica”, admitiu.

Relativamente às patologias mais frequentes nas últimas 24 horas, no Banco de Urgência daquele estabelecimento, Marcos Carvalho apontou a malária, doenças de trato gastroenterites, asmas e traumas leves provocados por choques com objectos.

Na Pediatria, as idades variaram entre os zero e 5 anos, enquanto que na área de Clínica Geral de adultos apareceram pacientes entre os 25 e 75 anos. "Estamos em prontidão e temos todo o tipo de profissionais disponíveis para atender à demanda de pacientes”, garantiu.

O médico exortou os utentes a procurarem pelas unidades sanitárias mais próximas, e não necessariamente o Hospital Geral, evitando assim percorrer grandes distâncias.

Até à altura desta reportagem, ainda não tinha sido concluído o processo de transferência dos últimos 21 pacientes das áreas de Ortopedia e Cirurgia do Hospital Américo Boavida para o "Bispo Emílio de Carvalho”.

Marcos Carvalho garantiu, entretanto, que estes estavam a ser acomodados em função das patologias de que padecem, esclarecendo que estavam a ser apoiados pelas equipas do Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola (INEMA), ambulâncias do Hospital Américo Boavida e pelo Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.

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