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Ataques rebeldes chegam à capital

Os rebeldes que lideram uma ofensiva contra o Governo do Presidente da República Centro-Africana (RCA), Faustin Archange Touaderá, realizaram, ontem, dois ataques simultâneos próximo da capital, Bangui, entretanto repelidos, disse o ministro do Interior centro-africano.

14/01/2021  Última atualização 09H25
Forças aliadas repeliram os atacantes às portas da capital © Fotografia por: DR
Os dois ataques, confirmados pelo ministro centro-africano, Henri Wanzet Linguissara à agência de notícias AFP, também foram corroborados por dois funcionários da missão da ONU naquele país a  (MINUSCA), sob condição de anonimato."Em duas frentes, a poucos quilómetros da capital, na madrugada de ontem, as brigadas do Exército foram atacadas simultaneamente mas, graças à bravura das nossas forças e ao apoio bilateral, conseguimos repelir os atacantes que estão, actualmente, em fuga”, disse o ministro centro-africano. O porta-voz da MINUSCA, o tenente-coronel Abdoulaziz Fall, referiu "um ataque” e confrontos ainda em curso.

Estes são os primeiros confrontos nos arredores de Bangui desde que os rebeldes anunciaram uma ofensiva há quase um mês. Em 19 de Dezembro, oito dias antes das eleições presidenciais e legislativas, uma coligação de seis dos grupos armados mais poderosos que ocupam dois terços da República Centro-Africana - desde o início da guerra civil, há oito anos -, anunciou uma ofensiva para impedir a reeleição de Touaderá.O Presidente foi reeleito a 4 de Janeiro, depois de uma votação muito contestada pela oposição, que afirmam que apenas um em cada dois eleitores registados teve oportunidade de ir às urnas devido a falta de segurança fora de Bangui.

Os rebeldes da Coligação de Patriotas para a Mudança (CPC) realizaram, até agora, ataques esporádicos geralmente repelidos pelas forças da ONU, apoiados por contingentes de soldados rwandeses e paramilitares russos fortemente armados desembarcados recentemente para ajudar o Governo.A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então Presidente François Bozizé, por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka. Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as casas.  

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