Cultura

Artistas defendem criação de salas de espectáculos

Os fazedores de cultura e artes, no Lubango, reiteram, recentemente, naquela cidade, a necessidade do governo da Huíla criar mais salas de espectáculos apropriadas para permitir a exibição de obras artísticas.

17/01/2023  Última atualização 10H05
Actores do grupo de teatro “Ngo Moi” da província da Huíla © Fotografia por: DR
A nível do município existe apenas um centro cultural e recreativo público em funcionamento, insuficiente para dar resposta a procura, o que obriga os fazedores a alugar salas adaptadas para o efeito.

Os artistas pronunciaram-se à Angop, no Lubango, à margem da conferência municipal de Cultura e Artes, organizada pela administração local, no âmbito do 8 de Janeiro, Dia da Cultural Nacional, assinalado sob o lema "A cultura fortalece a nação, mais cultura mais Angola”.

Segundo o músico Belchior Calueyo, a existência de infra-estruturas culturais apropriadas contribuiriam para a realização de espectáculos de dança, música, teatro, poesia e várias outras manifestações culturais.

Já para o coordenador provincial do Movimento Lev’arte, Dias Chiangalala, a Huíla não dispõe de salas adequadas para as artes porque as anteriores construídas no tempo colonial estão inoperantes.

"Este factor, faz com que muitos artistas emigram por outras paragens para apresentação das suas obras artísticas, pelo que não devia ser assim”, disse.

O coordenador da Associação Provincial de Teatro, na Huíla, Osvaldo Júnior, afirmou que a falta de salas de espectáculos faz com que o movimento cultural local aos poucos vai desmoronar e requer, por parte dos governantes estratégias que visam o resgate de valores culturais a todos os níveis.

O presidente da cooperativa do Carnaval, na Huíla, Pedro Mussunda, considerou imprescindível a construção de novos espaços modernos e de raiz para espectáculos e divertimentos públicos para dar mais dignidade aos espectadores e intérpretes, que contribuíram para a afirmação e divulgação da música popular e urbana.

Já o director do Gabinete Provincial em exercício da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, na Huíla, Bernardino Hafeni, reconheceu que a criação de novos espaços vai permitir dar aos fazedores da arte opções de escolha e ajudar a manter viva a trajectória artística desses criadores, que numa fase difícil do país ajudaram a passar mensagens revolucionárias com as suas canções.

Segundo Bernardino Hafeni, a Huíla é tida como sendo a segunda maior praça artística e cultural do país, depois de Luanda, logo, a necessidade de mais espaços multidisciplinares é imprescindível para a realização de espectáculos e até de filmes.

Por sua vez, o administrador municipal do Lubango, Lisender André, afirmou que a criação de novos espaços é a forma mais viável para manter a "chama” da cultura local, a promover outras disciplinas artísticas e os seus criadores.

"O Governo Provincial da Huíla tem estado a efectuar estudos para a construção de salas de espectáculos de raíz no centro da cidade e nas novas urbanizações, tudo está dependente de verbas para o efeito”, referiu.

Durante a conferência municipal de Cultura e Artes, numa iniciativa do Gabinete local da Cultura, foram debatidos três temas, nomeadamente,"O empreendedorismo cultural”, "O cinema e a sua importância cultural” e "O carnaval como maior manifestação cultural”.

A província controla mais de 200 artistas, 164 grupos teatrais entre amadores e profissionais, 50 poetas e 500 bailarinos filiados em 90 grupos tradicionais e modernos.

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