Os traços histórico-culturais de Angola desde as ancestralidades civilizacionais, às lutas pela conquista da independência, à paz e aos elementos caracterizadores dos novos tempos de desenvolvimento do país vão ganhar, doravante, maior impulso e representatividade no Museu das Civilizações Negras, em Dakar, Senegal.
As obras da artista angolana Ana Silva estiveram expostas desde segunda-feira até ontem, na Mabe Gallery, localizada na Grand Rue 25, de Genebra, Suíça, onde um misto de memórias, num universo de interdependências e múltiplas identidades foi dado a ver num único espaço partilhado com o suíço-uruguaio, Daniel Orson Ybarra, subordinada ao tema “Interdependência poética”.
De acordo com a curadora da exposição, Charlotte Diez-Bento, Ana Silva criou as obras expostas durante o mês de Junho, em sistema de residência artistica em Genebra e foi durante essa temporada que conheceu o homólogo Daniel Ybarra, um explorador da luz dos processos orgânicos que incorpora nos seus trabalhos.
"Há nos dois artistas um processo de construção polissêmica por fragmento e desvelamentos sucessivos revelando uma poesia de interdependência inspirada nas plantas em Ybarra e na filiação em Ana Silva”, refere a curadora.
Por outro lado, esclarece que "a investigação formal difere, mas o tema encontra eco numa abordagem poética que se refere aos nossos laços profundos num universo holístico onde todos os seres vivos e a natureza estão ligados por interdependências visíveis numa memória comum”.
A curadora destaca, orgulhosamente, a criatividade e originalidade do trabalho de Ana Silva.
Em sua opinião, "ela exprime-se na pluralidade dos seus materiais que recolhe durante os seus passeios pelos mercados de Luanda, desvirtuando o uso primário dos sacos de ráfia ou de outros objectos abandonados que ela volta a dar vida em trabalho de memória”.
Ana Silva, que vive entre Portugal e Angola, não presenciou a abertura da exposição porque estava de viagem a Luanda e deixou apenas as suas impressões digitais nos materiais como o tecido, a madeira ou sacos plásticos entre outros que adopta e os utiliza aplicando no percurso da criação diversos métodos como a colagem, costura ou a oxidação do metal.
Perfil da artista
Ana Silva nasceu em 1979 em Calulo, província do Cuanza-Sul. Actualmente vive e trabalha em Lisboa, Portugal.
De acordo com a curadora, Charlotte Diez-Bento, em criança, Ana Silva manifestou uma grande apetência para a criação, enquanto isolada a vinte quilómetros da primeira aldeia, na quinta onde o pai cultivava café, utilizava o material que a rodeava para construir aquilo a que chama "coisas estranhas”.
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