Cultura

Artista Bolondo Mbongo expõe obras no Memorial

Gil Vieira

Jornalista

Quarenta e nove obras de arte do artista plástico Bolondo Mbongo configuram a exposição individual “Passado e Presente, as Portas do Futuro” inaugurada, quinta-feira, no Memorial Dr. António Agostinho Neto (MAAN), em Luanda.

16/03/2024  Última atualização 12H50
Artista leva à reflexão do público o compromisso com o futuro © Fotografia por: DR

Na mostra, o artista proporciona uma viagem ao dia-a-dia da sociedade angolana, buscando elementos do passado, do presente e aqueles que acredita que vão fazer parte do futuro de Angola. A exposição ficará patente até ao dia 11 de Maio, podendo ser visitada de segunda-feira a sábado, das 11h00 às 20h00.

O pintor e ilustrador leva o público a reflectir, igualmente, sobre o valor do tempo e o compromisso com o futuro. Sobre o passado, o artista mostra que é importante conhecê-lo, porque ajuda a compreender as raízes da cultura de uma sociedade, bem como as escolhas e acções que a conduziram.

"O passado é uma memória que o tempo não pode apagar, não podemos falar do presente e do futuro, sem considerar a existência de um passado”, observou Bolondo Mbongo.

Além disso, evidencia que o passado nos faz aprender sobre os erros e acertos anteriores, pode-se evitar repeti-los e procurar soluções para problemas actuais de forma mais informada, podendo assim, abrir-se a possibilidade para um futuro melhor.

A colecção, segundo o pintor, é uma narrativa de um quotidiano que revela o belo, tratado numa paleta policromática expressada em tendências de fauvismo e expressionismo onde utiliza a técnica de óleo sobre tela, com cores quentes.

Ao revisitar o passado em uma das obras patentes intitulada "O Fundador”, o artista Bolondo Mbongo traz a figura de Agostinho Neto, o primeiro Presidente de Angola. Numa outra, intitulada "Nosso Pai”, o pintor expõe a imagem do actual Presidente do país, João Lourenço, levando, de forma breve, o público a reflectir sobre a história da Nação.

Na peça "A Razão de Viver”, Bolondo Mbongo mostra a impotência de um filho para  a mãe e vice-versa, enquanto na intitulada "Educação Juvenil” manifesta a importância de se educar a juventude, com o objectivo de se pensar em um futuro próspero.

O director adjunto do Memorial Dr. António Agostinho Neto (MAAN), Francisco Makiesse, afirmou, quinta-feira, na abertura da exposição individual "Passado e Presente as Portas do Futuro”, do artista plástico Bolondo Mbongo, que a sua instituição está aberta para ouvir várias propostas culturais.

"Estamos disponíveis, de portas abertas para ouvir propostas culturais, e continuar a ajudar a promover os artistas e a cultura nacional”, disse.

Papino Simão Mbongo, de nome artístico "Bolondo”, é natural de Maquela do Zombo, e nasceu a 9 de Maio de 1990. Desde a adolescência, o artista demonstrou uma paixão e empenho pelas artes plásticas, tendo começado a incursão pelo desempenho em pintura de banda desenhada, que dominava desde os 12 anos.

Como muitos dos seus compatriotas, passou parte da sua juventude na RDC, onde a sua família se refugiou durante a guerra civil que assolou Angola. Fez os  estudos e obteve a formação académica em Kinshasa, na Academia de Belas Artes. Ainda na capital da RDC participou em algumas exposições colectivas, no Centro Wallonie-Bruxelles, em 2009, no Instituto Francês da RDC, Halle de la Gombe, em 2010, no Banco Central do Congo, em 2011, e ainda, no mesmo ano, na Feira Internacional de Kinshasa.

De regresso ao país natal, Bolondo realizou duas exposições no HCTA em Talatona, em 2013 e 2015, tendo nesta última contado com o artista plástico Mumpasi Meso como seu mentor. A sua mais recente exposição foi no Memorial Agostinho Neto, em Setembro de 2016. "Ο Que Espera do Futuro?” será a primeira grande exposição individual do artista em Angola.

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