Na abertura da exposição "Realismo Social”, o pintor explicou que, os quadros produzidos foram baseados em factos reais e revelam "as ilusões no espelho dos paradigmas em questão na cadência do seu tempo.”

Este trabalho, disse, é o retrato do que o actor vive no quotidiano. "É o realismo que todos vivemos, com estas obras, pretendo representar a realidade das zungueiras, engraxadores, vendedores e demais profissões e angolanos que enfrentam muitas dificuldades”, explicou o artista.

Por sua vez o galerista e responsável pelo Espaço Luanda Arte, Dominick Tanner, em declarações ao Jornal de Angola afirmou que a realidade de todas as províncias está representada na mostra. "Temos muito carinho por Ricardo Kapuka e estamos a ajudá-lo, enquanto colega e parceiro. Mais uma vez recebemos os quadros desta colecção porque achamos que têm muita qualidade, são todos lindos com muita pureza estética”, mostrou-se feliz pelos passos que este tem dado ao longo da carreira.

Esta evolução do artista, afirmou, é paralela às dificuldades que enfrenta.  "Ele pinta as obras na escuridão, colocando os olhos em risco”, observou Dominick Tanner.

Samuel Baya jovem que está a preparar a exposição ‘’ Reflexo da Nossa Realidade’’ afirmou que as obras de Ricardo Kapuka têm muita qualidade e são interessantes. Como artista, disse, sentiu- se feliz ao ver o colega a transmitir nas obras o quotidiano angolano, principalmente pela representação visual e comunicação.

Samuel Baya reconheceu que marcou presença na exposição de Ricardo Kapuka para ganhar mais experiência e para o intercâmbio com outros artistas’’.

A curadora e artista plástica Imani Silva, uma das participantes da exposição "África Mulher”, garantiu que ficou surpreendida ao ver a qualidade dos trabalhos do artista plástico Ricardo Kapuka. "Pelo que vejo, as obras nos fazem reflectir a nossa realidade e disparidades sociais. Estão muito bonitas, estou cada vez mais orgulhosa das obras e da qualidade artística dos artistas angolanos’’, felicitou.

Ricardo Kapuka Alfredo Ângelo, nasceu na Catumbela, província de Benguela, em 1976, onde vive actualmente. Estudou Artes Gráficas, no Centro Profissional de Amadora, Portugal, em 2003, e no mesmo ano estudou Design de Animação 2D, Neuroplanet, em Lisboa. Como artista plástico, Kapuka é multidisciplinar e autodidacta.

As obras do artista reflectem sentimentos de dor e alegria, e fundem traços perspicazes de crítica social e política, sobre telas e tecidos africanos, retratando assim o vernáculo angolano, que reflecte a essência da cultura e hábitos do país, discutindo memória e identidade.

Ricardo Kapuka é artista plástico há 15 anos e trabalha há 8 anos com a galeria Espaço Luanda Arte (Ela). Já representou Angola em diversas exposições com obras representadas em colecções particulares em Portugal, Canadá, África do Sul, França, Qatar e Noruega.