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Angolanos no exterior celebram aniversário da paz com esperança num futuro melhor

As missões diplomáticas angolanas assinalaram sob diversas formas o 22.º aniversário da conquista da paz efectiva, em 2002, tendo reunido as comunidades para reflectir sobre o futuro do país, através de conferências, palestras, mesas-redondas e debates em fóruns na Internet.

06/04/2024  Última atualização 10H34
Várias cidades europeias e africanas foram palcos de actividades para assinalar a estabilidade de mais de duas décadas de Angola © Fotografia por: DR
Na Nigéria, Benin e Níger, o embaixador José Bamoquina Zau chamou o corpo diplomático, a comunidade e antigos combatentes, em Cotonou, para realçar o simbolismo da efeméride, enquanto no Reino Unido da Grã-Bretanha, Irlanda do Norte e Irlanda, Geraldo Nunda reserva para este sábado um webinar, com um painel cheio de especialistas.

No Reino de Espanha, a data também não passou despercebida, já que o chefe da missão, Alfredo Dombe, abordou, junto dos compatriotas, a construção de um futuro sólido, sustentado pela paz e reconciliação, como motores de desenvolvimento.

Em Portugal, a Embaixada de Angola organiza, este sábado, uma conferência num hotel de Lisboa, com transmissão via Zoom, denominada "juntos pelo crescimento inclusivo do país”.

A conferência vai ter como oradores o brigadeiro Manuel Correia de Barros e o estudante Ayrton Pahula, que abordarão, respectivamente, as "soluções africanas para ganhar a paz, África do Sul e Angola” e "os benefícios da paz para a juventude”.

Durante o evento, prevê-se a actuação do trovador Kizua Gourgel, além de uma intervenção, para considerações finais, da embaixadora de Angola em Portugal, Maria Ferreira.

Desafio de redinamizar  a cooperação

O embaixador de Angola na Nigéria, Benin e Níger, José Bamoquina Zau, descreveu, quinta-feira, em Cotonou, o 4 de Abril como um marco histórico que simboliza a harmonia e a prosperidade dos angolanos.

Bamoquina Zau disse que o 4 de Abril, Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, tem o mesmo peso político e histórico que o 11 de Novembro, referente à Independência de Angola, pelo que "todo angolano deve se rever nesta data”.

O embaixador falou para o corpo diplomático, acreditado na República do Benin, à comunidade angolana, aos antigos combatentes beninenses que participaram da Luta de Libertação de Angola e aos académicos, na cerimónia celebrativa do Dia da Paz.

Segundo o diplomata, os Acordos de Paz do Luena foram uma "solução interna entre irmãos” que se revelou muito sólida, segura e consensual, sem quaisquer incidentes entre os soldados então envolvidos no longo conflito armado. "Obtivemos uma solução nossa que relançou o espírito de unidade nacional e de celebração desta data, sob o lema: juntos pelo crescimento inclusivo do país”, observou o embaixador durante a actividade, momentos antes de convidar os investidores beninenses a sondarem o mercado angolano para os investimentos, considerando o país seguro e estável para os negócios.

Bamoquina Zau apontou as relações diplomáticas entre Angola e Benin como excelentes, havendo a necessidade da redinamização com a actualização do Acordo-Quadro de Cooperação entre os dois países.

No Benin, residem mais de duas dezenas de angolanos e seus descendentes que durante a cerimónia de celebração do Dia da Paz receberam os Cartões de Identidade Consular.

O Governo do Benin foi representado nas celebrações do Dia da Paz pelo secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Frank Armel Afoukou, que reforçou a necessidade da actualização dos principais instrumentos jurídicos de cooperação para relançar a irmandade entre os dois Estados, que data da década de 1970, com a participação de cidadãos beninenses na Luta de Libertação de Angola.

À margem das actividades do 4 de Abril, Oloushegun Bakary Adjadi, ministro dos Negócios Estrangeiros do Benin, recebeu, em audiência, o embaixador José Bamoquina Zau com quem abordou sobre a cooperação bilateral.

Pilares para construção de um futuro próspero

Já o embaixador de Angola no Reino de Espanha, Alfredo Dombe, considerou, quinta-feira, em Madrid, que a conquista da paz e o estabelecimento de um processo de reconciliação nacional são pilares fundamentais para a construção de um futuro próspero e harmonioso para todos os angolanos.

O diplomata falava no âmbito das jornadas do mês da paz, dirigidas aos membros da comunidade, sob o tema "construindo um futuro sólido: a Importância da paz e da reconciliação nacional como motores de desenvolvimento".

Alfredo Dombe exortou, mais adiante, aos presentes que não se esqueçam de Angola, pois estão a ser criados os mecanismos de desenvolvimento que necessitam da participação e inclusão de todos os nacionais, independentemente da cor partidária, da filiação religiosa e da proveniência geográfica.

 Interacção no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte

O significado e os ganhos da paz e da reconciliação nacional juntam, hoje, num webinar, membros da comunidade angolana no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, e de outras regiões do mundo.

O webinar vai contar com dois prelectores, nomeadamente, o embaixador de Angola no Reino Unido da Grã-Bretanha, Irlanda do Norte e Irlanda, Geraldo Sachipengo Nunda, que vai dissertar o tema "as decisões que moldaram a história do país no âmbito da Segurança Nacional”.

Além de anfitrião, Geraldo Sachipengo Nunda, general de Exército na reforma, foi uma das entidades que participou na rubrica do Memorando do Luena (Moxico), em 2002.

Na segunda intervenção do webinar, serão debatidos os "22 anos de paz: redefinir o olhar da realidade angolana", com a especialista em Ciência Política e historiadora Fátima Moniz, com passagem pela diplomacia angolana.

Organizado pela Embaixada de Angola no Reino Unido da Grã-Bretanha, Irlanda do Norte e Irlanda e pelo Posto Consular de Londres, o webinar é alusivo ao 22.º aniversário do Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, assinalado a 4 de Abril.

A jornada comemorativa da efeméride realiza-se, em todo o território nacional, nas missões diplomáticas e consulares até 25 deste mês, sob o lema "4 de Abril: juntos pelo crescimento inclusivo do país”, tendo como um dos objectivos incutir nos angolanos os ideais da paz, fraternidade, solidariedade, justiça social, unidade e reconciliação.

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