Política

Angola reforça na China orgulho pelo contributo na pacificação de África

Paulo Caculo |Pequim

Jornalista

O papel exercido por Angola e pelo Presidente João Lourenço, na busca incessante por soluções de paz nos vários conflitos em África, serve de orgulho ao contributo do país para os desafios de pacificação e desenvolvimento do continente, salientou, em Pequim, o embaixador João Salvador Neto.

27/05/2023  Última atualização 10H55
Embaixador João Salvador Neto discursa no evento e destaca os esforços do Presidente da República para a pacificação da Região dos Grandes Lagos © Fotografia por: DR

O chefe da missão diplomática angolana, que falava em declarações ao Jornal de Angola, à margem da cerimónia de celebração do 25 de Maio, Dia de África, co-organizado pelo Corpo Diplomático Africano na República Popular da China e o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, fez questão de ressaltar a atenção muito particular dedicada por Angola à cooperação com os países do continente.

Destacou o facto de as relações diplomáticas estabelecidas com os países acreditados na China serem "excelentes”, sublinhando a necessidade imperiosa de os africanos conservarem a boa relação internamente.

"Costuma dizer-se, que temos de estar bem em nossa casa primeiro. E a prova disso é que o nosso Presidente tem sido agraciado em várias ocasiões com determinados títulos e medalhas, pelo engajamento em questões fundamentais do continente africano”, disse.

O estatuto conquistado pelo Chefe de Estado angolano, de "Campeão para a Reconciliação e Paz em África”, acrescentou o em-baixador, deve-se, igualmente, ao seu empenho pessoal à favor de causas africanas, concretamente o engajamento para a pacificação da Região dos Grandes Lagos e outras zonas.

O embaixador João Salvador Neto considera que o país tem uma participação "muito activa” em assuntos prementes em África, tendo citado, como exemplos, a intervenção em temas sobre a paz, combate à pobreza, desenvolvimento e transição energética.

"Somos um interveniente muito positivo na busca de soluções para os vários conflitos que, infelizmente, ainda assolam o nosso continente”, sustentou, para em seguida confessar que os angolanos devem estar muito orgulhosos "deste papel que o nosso Presidente tem estado a desempenhar em África”.

Exibição da cultura angolana

A música e dança angolana estiveram igualmente em evidência nas celebrações dos 60 anos da União Africana, na China.

Coube ao grupo de dança "Baila B”, integrado por jovens estudantes bolseiros em Pequim, prender as atenções dos presentes, interpretando o estilo de dança "Mboio”, curiosamente ao som da música intitulada Mboio, da autoria da cantora Pérola.

O momento cultural protagonizado pelo agrupamento angolano foi muito apreciado pelos participantes africanos e chineses, tendo a actuação merecido vivos aplausos.

"Tivemos a nossa participação em todo o processo preparatório, para que pudéssemos celebrar este dia marcante e que nos toca bastante. Foi muito importante, também, a nossa participação na parte cultural”, regozijou-se, ainda, o embaixador João Salvador Neto.

Papel da China em África

Convidado a prestigiar a cerimónia de celebração do Dia de África na China, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, não conseguiu esconder a enorme satisfação pelo grande acolhimento que merece o país asiático no seio africano.

O chefe da diplomacia chinesa disse não ter dúvidas de que "quanto mais estreita for a relação China-África, mais segura será a paz Mundial, mais bem sucedida será a cooperação e mais promissor o mundo”.

Assegurou, no entanto, que a China está disposta a trabalhar com o "continente berço” para salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos uns dos outros, tendo garantido que o seu país se opõe à interferência de forças externas nos assuntos internos dos países africanos.

"Apoiaremos África na abordagem independente dos desafios de desenvolvimento e governação em matéria de segurança e promover activamente a implementação do conceito de desenvolvimento pacífico no Corno de África”, esclareceu.

A cerimónia contou, igualmente, com a presença dos ministros das Relações Exteriores da República Democrática do Congo (RDC) e da República da Etiópia, bem como dos diplomatas e membros das missões africanas acreditadas na China.

  Exposição fotográfica destaca  

Uma exposição fotográfica sobre investimentos de empresas chinesas em países africanos, incluindo em Angola, atraiu as atenções dos participantes da cerimónia de celebração do 25 de Maio, em Pequim.

Do conjunto de fotogra-fias, sobressai pela parte an-golana o retrato que marcou a recente inauguração do Centro Tecnológico da em-presa de telefonia Huawei, cujo corte da fita foi efectuado pelo Presidente da República, João Lourenço.

A foto do Chefe de Estado a fazer o corte da fita é acompanhada de um texto em que se faz referência ao facto de o momento reflectir a aposta de empresas chinesas no mercado angolano, acompanhando o  desenvolvimento rápido e resultados frutíferos alcançados no capítulo de construção de infra-estrutura digital, transição para uma sociedade digital e a aplicação de novas tecnologias.

A exposição ressalta a cooperação de comércio electrónico China-África, assentes em produtos de alta qualidade alcançados fruto do acesso ao mercado chinês. As fotos são também ilustrativas do quanto  empresas chinesas participam de forma activa na construção de plataformas de serviços públicos em África.

Um desenvolvimento rá-pido e resultados frutíferos marcam a cooperação sino-africana, na construção de infra-estruturas e aplicativos de novas tecnologias, lê-se, ainda, na exposição.


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