Política

Angola quer maior concertação político-militar entre Estados da CPLP

António Gaspar |

Jornalista

O Governo angolano defendeu, esta terça-feira, a promoção de encontros de concertação político-militar e adestramento das forças para dissuadir conflitos internos e externos na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), através da demonstração da capacidade dos efectivos como contributo inquestionável ao processo de pacificação da região.

30/05/2023  Última atualização 07H05
Responsáveis da Defesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa definem políticas na capital angolana © Fotografia por: Raimundo Mbiya | Edições Novembro

O secretário de Estado para a Defesa Nacional, almirante reformado José Maria de Lima, manifestou este desejo durante a cerimónia de abertura da XVII Reunião de Directores de Política de Defesa ou Equiparados da CPLP, que decorre em Luanda. Considerou necessário analisar sempre os assuntos relacionados com a cooperação e troca de experiências para fortalecer a defesa nacional.

A reunião, que antecede a agenda de trabalho da XXII Reunião de Ministros de Defesa Nacional ou Equiparados dos Estados-membros da CPLP, abordou questões do encontro realizado na Guiné Equatorial, sobretudo, a síntese do XXIV fórum dos chefes de Estado-Maior das Forças Armadas e a matriz da nova visão estratégica da Comunidade.

Ainda no quadro do encontro, os temas sobre a avaliação do código de conduta para a prevenção contra todas as formas de violência sexual, célula de cooperação civil-militar, a avaliação da estrutura do relatório anual da componente de defesa, a revisão do plano de acção da resolução 1325, da ONU, os exercícios felinos, colégios de defesa, 19º Encontro de Saúde Militar e o Fórum de Saúde Militar foram, igualmente, discutidos pelos directores de Política de Defesa.

No breve discurso, José Maria de Lima realçou que estes assuntos mereceram o engajamento dos participantes que imprimiram as qualidades de inteligência, colocando os interesses dos Estados-membros em primeiro lugar.


 Organização forte

O director-geral de Política de Defesa Nacional de Portugal, Nuno Lemos Pires, afirmou que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é uma organização forte que tem reconhecimento internacional.

"Já não estamos a falar de uma organização que está a ser construída. Ora, estamos a falar de uma estrutura que é forte internacionalmente”, destacou. 

 Segundo Nuno Lemos, actualmente, por exemplo, a União Africana (UA), Organização das Nações Unidas (ONU), Organização do

Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a União Europeia (UE) olham para a comunidade como organização relevante e fundamental para garantir a segurança e a defesa.

Sobre o encontro, sublinhou que cada vez mais solidifica as relações entre todos os países de língua portuguesa.


Reunião reforça laços

Para o chefe dos assuntos estratégicos do Ministério da Defesa do Brasil, Walcyr Araújo, participar da reunião representou um factor preponderante, pois reforça os laços de amizade dos Estados-membros dos países de língua portuguesa.

Aos jornalistas, o também tenente-brigadeiro brasileiro disse que, no encontro, foram discutidas matérias importantes que "poderão ser ratificadas pelos ministros da Defesa dos países integrantes da comunidade”.

"Discutimos vários assuntos avaliados nos encontros passados”, lembrou o chefe dos assuntos estratégicos.

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