Política

Angola quer cooperação diplomática com o Ghana

Angola pretende desenvolver com o Ghana cooperação diplomática, informou, ontem, em Accra, o Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, no balanço da visita de três dias à capital deste país africano, onde, na quinta-feira, representou o Chefe de Estado, João Lourenço, na investidura do homólogo ganense, Nana Akufo-Addo.

09/01/2021  Última atualização 08H30
Bornito de Sousa justificou a necessidade da cooperação diplomática com o Ghana, sobretudo por a capital deste país, Accra, albergar a sede da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) e por Angola ser um dos signatários do acordo que visa promover o crescimento económico e social dos Estados-membros da ZCLCA, organização que tem como propósito a criação de um mercado comum africano. 
Ensino superior, agricultura, migração, comércio e indústria, petróleos, transportes e comunicações são outros sectores nos quais os dois países podem cooperar com vantagens recíprocas, considerou.Em relação ao sector dos Transportes, Bornito de Sousa referiu que as companhias aéreas estatais dos dois países já iniciaram contactos para garantir a ligação entre Luanda e Accra, mas que, com o surgimento da pandemia da Covid-19, a iniciativa foi adiada. 
Mas "há boas perspectivas nesse sentido”, garantiu, salientando que, a curto prazo, as companhias vão implementar um conjunto de medidas para a concretização do objectivo.Recordou que as relações entre os dois países são anteriores às independências, acrescentando que durante a visita do Presidente Nana Akufo-Addo a Angola, em Agosto de 2019, foram rubricados alguns acordos, mas que a pandemia da Covid-19 contribuiu, igualmente, para a redução da execução dos mesmos. Bornito de Sousa informou que no encontro que teve, quinta-feira, com o Presidente Nana Akufo-Addo, à margem da sinvestidura, ficou plasmado o interesse dos dois países estreitarem relações.
Encontros informais
À margem da agenda oficial de trabalho, o Vice-Presidente da República teve encontros informais com vários Chefes de Estado e de Governo, mas apenas destacou os com o secretário-geral da Zona de Comércio Livre Continental Africana, Wankele Mene, e o presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat.
O responsável pelo órgão executivo da UA reiterou a importância da realização da próxima Cimeira da organização continental, no início de Fevereiro, em Adis Abeba.Bornito de Sousa disse que, no quadro desta Cimeira, está a ser preparada uma iniciativa que visa passar a experiência de Angola aos restantes países do continente sobre a protecção e preservação dos mangais.

  Português como língua de trabalho na ZCLCA

O português pode ser, nos próximos tempos, língua de trabalho na Zona do Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), garantiu, quinta-feira, em Accra, o secretário-geral da organização, o sul-africano Wankele Mene, que agradeceu o apoio de Angola para a eleição ao cargo.Wankele Mene, que falava à imprensa, no final de um encontro com o Vice-Presidente da República, prometeu visitar Angola para conhecer, não só a realidade social e cultural angolana, como agradecer, pessoalmente, todo o apoio prestado à sua eleição. "O apoio de Angola fez uma grande diferença para a minha eleição”, reconheceu.

Para já, disse, a organização não tem projectos específicos para Angola. "Queremos, de uma forma geral, potenciar todos os Estados-membros com ferramentas de trabalho que possibilitem o crescimento sustentável de África”, afirmou. Com o Vice-Presidente da República, o secretário-geral da ZCLCA disse ter abordado várias questões, sobretudo relativas à entrada em funcionamento da Zona de Livre Comércio  em África, no dia 1 deste mês, bem como pormenores sobre a sua visita a Angola.

A ZCLCA é uma organização de integração económica  entre Estados da África com o objectivo de promover a prosperidade económica, através do estabelecimento de uma área de livre comércio.Os 19 Estados-membros da África Oriental, Austral e do Norte, que constituem a organização continental, têm uma população a rondar os 400 milhões e um valor anual de importações de mais de 32 biliões de dólares a nível dos comércios interno e externo.

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