De acordo com o Chefe de Estado, Angola dá uma importância muito grande às relações de amizade e de cooperação com o Japão, razão pela qual disse não ter dúvidas de que após essa visita os dois países vão poder sentir-se mais próximos.

No discurso que proferiu na casa protocolar do Governo, por ocasião da recepção feita pelo governador da cidade, Takatoshi Nishiwaki, o Presidente João Lourenço afirmou que ao estar em Quioto também "é (de) interesse desenvolver a cooperação cultural”.

Em nome da delegação que o acompanha e do seu pessoal, o Presidente da República de Angola agradeceu pela recepção e hospitalidade.

"A visita está a decorrer muito bem e mais ainda pelo facto de as autoridades japonesas terem-nos dado a honra de ser recebidos pela Sua Majestade Imperador e a Imperactriz do Japão; de termos tido encontro de trabalho bastante frutífero com o primeiro ministro do Japão e de termos visitado a Cidade de Nagoya, ontem (terça-feira)”, sublinhou.

Um outro dado sublinhado pelo Presidente João Lourenço é o de a visita de Estado, a sua primeira e a segunda na história das relações entre os dois países, culminando na cidade de Quioto.

"Talvez não seja por acaso o facto desta visita culminar aqui na cidade de Quioto. Talvez seja para assinalar a importância histórica que tem e damos à cidade. Agradecemos o facto de nos ter sido dada a oportunidade de participar da cerimónia do chá”, afirmou o Chefe de Estado.

Em Quioto, a agenda do Chefe de Estado angolano iniciou com uma visita ao Parque do Palácio Imperial.

Trata-se de um grande parque público, localizado no centro da cidade, conhecido por suas flores de ameixa, de cereja e folhas de Outono. Como o próprio nome sugere, o parque rodeia um palácio chamado o Palácio Imperial de Quioto.

 O Palácio Imperial de Quioto foi a casa do Imperador na era Edo, quando Quioto era a capital do Japão.

O parque, que rodeia o palácio, foi projectado por artistas de paisagem qualificados, resultando em algo belo e em árvores com diferentes características. O parque também tem vários pequenos santuários e portões Torii. O Parque Imperial juntamente com o Jardim e o Palácio ficam próximos à estação de metro de Quioto, Imadegawa, Jingu-Marutamachi e Marutamachi.

Ontem mesmo, durante a sua passagem pelo histórico local, o Presidente João Lourenço escreveu uma mensagem no livro de honra.

  "A força de um povo reside na sua história e cultura”

O Presidente João Lourenço valorizou, esta quarta-feira, na cidade de Quioto, no Japão, o facto deste país conseguir manter a combinação entre a modernidade e o tradicional.

Segundo o Chefe de Estado angolano, a força de um povo reside na história e na sua cultura, e o Japão é um bom exemplo, podendo partilhar valores com Angola. "O Japão tem sabido ao longo dos tempos preservar as suas tradições”, disse.

João Lourenço reiterou que a cultura dos dois países complementam-se e que existem margens para o reforço da cooperação nesse domínio, porquanto não existem culturas superiores e mesmo que diferentes, ambas são sempre complementares entre si.

"Estamos a realizar uma visita oficial ao Japão no sentido de procurarmos consolidar cada vez mais as relações de amizade entre os nossos povos e os nossos países, cooperação que Angola e o Japão estabeleceram naquele longínquo ano de 1976. Ao longo deste tempo, havíamos realizado apenas uma visita oficial ao Japão, na pessoa do ex-Presidente José Eduardo dos Santos e agora tenho a oportunidade de realizar uma segunda visita de Estado”, afirmou.

 Governo de Quioto reconhece o potencial da indústria pesqueira angolana

O governador da cidade japonesa de Quioto, Takatoshi Nishiwaki, reconhece existir em Angola um forte potencial na indústria pesqueira e do turismo, que podem ser áreas de cooperação, além dos tradicionais sectores mineiros (petróleo e diamantes).

Durante a cerimónia de recepção oferecida ao Presidente de Angola, João Lourenço, ontem, na casa protocolar do Governo, Takatoshi Nishiwaki reafirmou a importância da cooperação entre as duas economias, muito mais valorizada com a recente rodada sobre os investimentos no Japão – Angola.

"Esta visita ao Japão fortalece ainda mais as relações bilaterais”, disse Takatoshi Nishiwaki.

O governador de Quioto detalhou terem feito muitos investimentos, nos últimos anos, na abertura de universidades, empresas detentoras de tecnologias de ponta sem, contudo, deixarem de preservar os templos e outros locais históricos e milenares, que dão à cidade um casamento perfeito entre a tradição e a inovação.

"Quioto continua a ser o centro cultural do Japão e exercerá esse papel de divulgador de cultura e das artes para o mundo no futuro também. Esperamos que ocorram mais intercâmbios nas áreas de cultura e artes com Angola ao lado dos negócios e do turismo”, disse.

Isaque Lourenço

e Geraldo Quiala | Quioto