A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) está a finalizar, com 53 empresas, as negociações dos contratos da ronda de licitações de 2023, cujos resultados foram anunciados em Janeiro, ao mesmo tempo que tem em curso projectos de transporte e logística para amparar um esperado aumento dos fluxos de investimento.
O site da Energy Capital and Power (ECP), uma plataforma de investimento do sector de Energia em África que organiza a conferência anual Angola Oil & Gas (AOG), onde estas informações são publicadas, lembra de que as negociações surgem no âmbito da ronda de licenciamento de seis anos lançada em 2019.
Em face disso, nove empresas qualificaram-se como operadoras no concurso e outras cinco como não operadoras, escreve a ECP, notando que, à medida que os novos investimentos fluem para o sector, as infra-estruturas de transporte e logística tornam-se mais preparadas para apoiar as novas concessões, acelerando a exploração e o sucesso de novos desenvolvimentos de petróleo e gás.
As autoridades angolanas pretendem elevar a produção nas concessões petrolíferas do país de 1,1 milhões de barris por dia (bpd), a média da meta em que se mantém até 2027, para dois milhões de bpd no longo prazo.
Para conseguir esse objectivo, segundo o site, o país está a convidar o investimento na exploração através da promoção da estratégia de licenciamento de seis anos.
A estratégia de médio e longo prazos de Angola é expandir a capacidade de produção de infra-estruturas para apoiar o desenvolvimento de novas descobertas e reforçar a capacidade de produção, reduzindo as importações.
Projectos
em curso
Como tal, o país está a procurar investimento directo em infra-estruturas, com vários projectos estratégicos em preparação, como a construção de um terminal integrado e centro logístico no Soyo, com a capacidade para produzir 65 mil bpd e armazenar dois milhões de barris.
Desenvolvido em modelo Parcerias Público-Privadas (PPP), o projecto oferece aos investidores isenção nas importações e isenção fiscal de dez anos, esperando-se o início das operações até 2026, com duração de licença de 15 a 25 anos.
Angola pretende ainda desenvolver o Projecto do Terminal do Kwanza e Rotas de Oleodutos, com capacidade de produção de 25 mil bpd e um milhão de barris de capacidade de armazenamento, oferecendo incentivos financeiros semelhantes aos do terminal do Soyo.
O projecto também vai ser desenvolvido no modelo de PPP e entra em operação em 2029.
Oferta
permanente
Além de novas oportunidades de licenciamento, Angola tem uma gama de áreas em oferta permanente, tal como indicou, em Março, em Houston (Estados Unidos), o administrador executivo da ANPG, Alcides de Andrade.
Estes activos incluem 14 blocos offshore (oito em águas rasas e seis em águas profundas), a maior parte dos quais de alto potencial em bacias comprovadas, além de oito blocos terrestres nas bacias do Congo e do Kwanza, disse o responsável.
Os blocos offshore disponíveis em águas profundas incluem o Bloco 32/21, 33/21 e 34/21 na Bacia do Baixo Congo e o Bloco 41, 42 e 43 nas Bacias de Benguela e Namibe.
Os blocos de águas rasas incluem o Bloco 6/15, 7/21, 8/21 e 9/21, na Bacia do Kwanza, e os Blocos 10, 11, 12 e 13 nas Bacias de Benguela e Namibe.
Os blocos onshore disponíveis incluem CON3 e CON7 na Bacia do Congo e KON1, KON3, KON7, KON10 e KON 14 na Bacia do Kwanza.
ExxonMobil avança empesquisas
no Bloco 15
A ANPG anunciou, ontem, a perfuração bem-sucedida do poço de pesquisa Likembe-01, localizado na área de desenvolvimento Kizomba B, no Bloco 15, operado pela norte-americana ExxonMobil, em parceria com a Azule Energy, Equinor e Sonangol.
Perfurado entre os meses de Fevereiro e Abril, o poço localiza-se numa profundidade de água de 1.200 metros dentro do perímetro da área de desenvolvimento Kizomba B, em conformidade com o Decreto Presidencial 5/18, de 18 Maio, que permite a actividade de pesquisa adicional dentro de áreas de desenvolvimento.
O poço de pesquisa Likembe-01 é o primeiro perfurado no âmbito dos acordos preliminares do Projecto de Produção Incremental, que está em aprovação pelo Executivo, visando atribuir incentivos aos investidores para produzirem volumes adicionais nas concessões actualmente em produção, como estratégia fundamental para o desenvolvimento sustentável do sector petrolífero angolano.
Há uma semana, a ANPG e a ExxonMobil assinaram uma carta-acordo para a recuperação de custos de pesquisa adicional do Bloco 15, numa decisão institucional que incentiva o investidor a perfurar poços de exploração, estando salvaguardada a recuperação dos custos, no âmbito do Projecto de Produção Incremental.
Foram signatários o presidente do Conselho de Administração (PCA) da ANPG, Paulino Jerónimo, e a directora-geral da ExxonMobil, Katrina Fisher.
O Projecto da Produção Incremental é uma estratégia que visa maximizar a recuperação de hidrocarbonetos nas concessões petrolíferas em produção localizadas na zona marítima de Angola, o que passa pela adição de óleo novo e ampliação da atractividade económica de novos projectos em campos maduros e em áreas ainda não desenvolvidas.
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