Num mundo em constante evolução, onde as necessidades e desejos da sociedade moldam as prioridades do governo, a segurança alimentar emerge como um tema central. É uma preocupação que transcende fronteiras e está no coração das discussões entre empresários, líderes políticos e a comunidade em geral.
Desde séculos que o homem vem alterando expressivamente a sua intervenção no ambiente que o rodeia, transformando-se num agente tóxico dos desequilíbrios ambientais. Este quadro lastimável está a sucumbir gradualmente, perante os desafios desencadeados sob os auspícios da ONU, subjacente na Agenda 2030 sobre o Desenvolvimento Sustentável, cujo plano de acção decorre desde o ano de 2015.
Vou com o primeiro-ministro a Angola. E vou porque esta visita oficial é da maior importância para reforçar os laços que unem os nossos dois países.
As experiências mundiais que vivemos nos quatro últimos anos, a par das enormes situações difíceis enfrentadas, deixaram-nos algumas lições que é importantíssimo não descurar e que condicionarão os anos vindouros da economia mundial.
O primeiro foi o ensinamento de que a concentração da produção numa única região torna-nos excessivamente vulneráveis a uma crise, ficando demasiado dependentes do poder de decisão de uma das partes.
O segundo foi que a proximidade da origem dos produtos é uma enorme vantagem para a independência das diferentes economias face a uma crise internacional, permitindo aos países reagir de uma forma mais segura no processo de recuperação dessa crise.
Em face desta aprendizagem, África, que vem sendo desde há muito uma promessa de futuro, voltou a ganhar uma excelente oportunidade para se posicionar como alternativa para o estabelecimento de uma plataforma produtiva para os países africanos, para a Europa e para os destinos intercontinentais que lhe são mais próximos.
Por outro lado, Angola, o país com maior unidade territorial da África subsariana graças a vários factores, especialmente a sua unidade linguística - tem neste momento uma enorme oportunidade de se afirmar como um dos países líderes do crescimento económico da sua região.
Em primeiro lugar por que tem estabilidade política e social, apesar de necessitar de um crescimento rápido das condições económicas dos seus cidadãos, tem já lançado um plano de investimento industrial e agrícola que lhe permitirá afirmar-se em pouco tempo como fornecedor de vários países ao seu redor.
Tem também a capacidade de se tornar, a par desta sua função de produtor de bens de exportação, como plataforma de acesso dos bens internacionais a esses mesmos países.
O investimento que está a ser feito para relançar o corredor do Lobito é essencial a esta ambição e é também uma enorme possibilidade de relançar Angola na senda da liderança regional do crescimento.
Angola tem também a possibilidade de se afirmar como substituto de referência económica da África austral face ao deterioramento das condições políticas sociais e económicas dos países que até agora têm mantido essa posição de referência.
De tudo isto se deram conta já o presidente da república francesa e o rei de Espanha, que visitaram Angola nos últimos meses.
Ora, para nós empresários portugueses, que sabemos que necessitamos da economia internacional para fazer progredir as nossas empresas e que precisamos desse crescimento para conseguir aumentar a riqueza do nosso país, a perspetiva de mantermos e aumentarmos a nossa presença e capacidade de investimento e de trabalho no mercado angolano é absolutamente indispensável.
É um mercado que reconhece a nossa qualidade de trabalho, que nos é culturalmente próximo, que é especialmente nosso amigo e que connosco poderá crescer e evoluir de uma forma muito mais eficiente para atingir aqueles objetivos.
É um mercado por quem temos carinho e que tem carinho por nós.
Mas é também um mercado que devemos ajudar a crescer, ajudando à criação de mais e melhores empresários locais que, connosco e por si mesmos, possam reforçar esta posição de liderança económica.
Como empresário e como português sinto que ir agora a Angola é uma obrigação e é um dever. E um enorme gosto.
Bruno Bobone
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