Política

Angola garante ajuda para defesa dos Estados-membros da Comunidade

O Governo angolano garantiu que vai continuar a ajudar os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com envio de contingentes militares e apoio logístico, quando a situação permitir.

31/05/2023  Última atualização 08H21
ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos "Liberdade” © Fotografia por: DR

A garantia foi anunciada terça-feira, em Luanda, pelo ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos "Liberdade”, no discurso de abertura da XXII Reunião de Ministros da Defesa Nacional ou Equiparados da CPLP, que lembrou o caso da Missão angolana de Apoio à Reforma do Sector Militar da Guiné-Bissau, e da República de Moçambique, quando esta última foi assolada pelo ciclone IDAI.

Ainda assim, nesse quesito, João Ernesto dos Santos fez saber que, actualmente, na província de Cabo Delgado, em Moçambique, Angola conta com uma componente militar que cinge as suas acções no posto-comando das operações, auxílio de informação para as Forças de Defesa daquele país, assim como na projecção de forças dos Estados-membros da SADC em apoio ao processo de pacificação e estabilização da região Norte de Moçambique, afectada por conflitos.

Intervenção que, segundo o governante, levou a  Assembleia Nacional (AN) a aprovar, recentemente, o pedido de autorização do Presidente da República, João Lourenço, para a prorrogação da mesma componente para mais três meses de estadia naquele país africano, que também é membro da CPLP.

Na ocasião, João Ernesto dos Santos recordou, igualmente, que, ao longo dos 25 anos de existência da cooperação de defesa na CPLP, a República de Angola apresentou múltiplas iniciativas de colaboração progressiva e mutuamente vantajosa no quadro militar com os ministérios homólogos e respectivas Forças Armadas.

As iniciativas, disse, contribuíram para a coesão na actuação das instituições, à semelhança das várias edições de exercícios felinos, duas das quais acolhidas por Angola foram um valioso contributo na consolidação do projecto de comunidade.

O governante reiterou que, ao comemorar-se os anos de existência de cooperação na comunidade, em particular no domínio da Defesa, sejam celebrados sob o signo da reflexão, perspectivando realizações mais ousadas no processo de desenvolvimento das Forças Armadas dos Estados-membros da região.

Durante o seu discurso, João Ernesto dos Santos realçou que a fundação da CPLP e a dinamização da cooperação no sector da Defesa, traduziu-se numa oportunidade para troca de experiências diversas, mediante acções de adestramento e formação militar nas mais distintas áreas da ciência castrense, que presentemente servem as Forças Armadas Angolanas (FAA) com empenho e determinação.

Por último, ressaltou a condecoração feita ao Presidente da República, João Lourenço, com o prémio "Aparecido de Oliveira”, da CPLP, atribuído pelo reconhecimento do contributo na projecção internacional da organização, sobretudo na implementação do Acordo sobre Mobilidade entre os Estados-membros e a criação do novo objectivo geral da comunidade e da igualdade do género nos estatutos da organização.

 

Combate à pirataria no Golfo da Guiné

O ministro da Defesa Nacional e Ordem Interna de São Tomé e Príncipe, Jorge Amado, salientou que, no âmbito do combate à pirataria no Golfo da Guiné, a CPLP tem feito exercícios em conjunto no sentido de defender aquela região dos contrabandos, vendas de armas e raptos.

"Neste ano, houve duas acções de pirataria perto das nossas águas, com o desaparecimento de navios mercantes e petroleiros. Isso nos preocupa bastante porque prejudica a vida das populações”, lamentou Jorge Amado. Por isso, reafirmou ser necessário combater a ameaça da pirataria para facilitar a circulação de meios necessários.

Relativamente ao encontro, o ministro da Defesa Nacional de São Tomé e Príncipe disse sentir-se satisfeito em participar, uma vez que, conforme o responsável, permite juntar os países para discutirem vários assuntos importantes.

 

Importância da reunião

A ministra da Defesa Nacional de Portugal, Helena Carreiras, aplaudiu a realização da XXII Reunião de Ministros da Defesa Nacional ou Equiparados da CPLP, referindo que a mesma reforça a cooperação e coordenação entre os países, na promoção da segurança e defesa.

"É fundamental que tenhamos maior promoção a nível da segurança na comunidade. Desta forma, estaremos em condições de fazer face a um conjunto, cada vez mais amplo, de ameaças. Neste caso, enfrentaremos melhor se trabalharmos em conjunto”, aconselhou Helena Carreiras.

 ministra da Defesa Nacional de Portugal anunciou que a comunidade tem projectos determinantes em conjunto no sector da Defesa, nomeadamente a Célula de Cooperação Civil e Militar, que, segundo ela, vai permitir participar em missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).

"É um trabalho muito importante. Estamos a reforçar a formação conjunta nesse domínio e, no entanto, pensamos nós que é muito útil para a comunidade”, disse Helena Carreiras.

Ainda nesse domínio, revelou haver uma agenda em carteira sobre a implementação das decisões sobre a mulher, paz e segurança da ONU.

Helena Carreiras acrescentou que os países-membros da CPLP estão envolvidos nesse esforço da construção da igualdade de género nas Forças Armadas, onde todos devem e podem participar, para haver mais resiliência e eficácia.

Por último, adiantou que a organização tem também em carteira um trabalho importante relacionado com a segurança marítima.

"Não adianta que um país esteja seguro se os outros não estiverem. Temos que reforçar a segurança colectiva e é precisamente isto que estamos a fazer”, salientou Helena Carreiras.

 

António Gaspar

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