Angola e a UNESCO manifestaram, quinta-feira(17), em Addis Abeba, Etiópia, o interesse em activar o ciclo de preparação da terceira edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz em África – Bienal de Luanda, a realizar-se no próximo ano.
No encontro, Bissoonauth referiu que a Organização augura, igualmente, que a III Bienal de Luanda tenha como um dos principais temas a Educação, considerado um importante pilar para o desenvolvimento da humanidade, sublinha a nota da missão diplomática angolana a que o Jornal de Angola teve acesso.
A Bienal de Luanda, que decorre de dois em dois anos, visa promover, de forma permanente e dinâmica, a cultura da paz, que contribui para o reforço da unidade nacional e implica um repúdio inequívoco, individual e colectivo às divisões e à violência que afecta, com graves consequências políticas, económicas e sociais, muitos países de África, em particular, os da região dos Grandes Lagos, colocando em causa o objectivo estratégico de silenciar as armas no continente.
Angola realizou a Bienal de Luanda em Setembro de 2019 e Outubro de 2021, em parceria com a União Africana e a UNESCO, para reforçar o movimento Pan–Africano e a Cultura da Paz e da não violência, fundamentalmente, através do estabelecimento de uma aliança multilateral entre Governos, sociedade civil, comunidade artística e científica, bem como o sector privado e organizações internacionais.
Iniciativas devem envolver
famílias e escolas
Na cerimónia de abertura da II Bienal de Luanda, que teve lugar em 2021, o Chefe de Estado, João Lourenço, apelou à promoção de iniciativas que envolvam as famílias, escolas, organizações políticas, instituições religiosas e a sociedade, em geral, no esforço da consciencialização dos jovens africanos para a cultura da paz, do respeito pela Lei e pela Constituição, e pelas instituições democraticamente eleitas.
João Lourenço, que discursava na abertura da 2ª Edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz, sublinhou, na ocasião, que "a juventude africana deve constituir o fulcro de todas as estratégias voltadas para a paz e ser o ponto de partida e de chegada de toda a pedagogia que se leve a cabo para se serenarem os espíritos mais propensos à conflitualidade e à violência”.
Citou o país, a propósito, como um exemplo de resolução de conflitos, tendo conquistado a paz, permitido a construção de uma sociedade democrática, na qual impera o perdão, a reconciliação e a tolerância.
"Definimos uma linha de conduta interna em que impusemos, a nós próprios, a cultura da paz e da tolerância a todos os níveis da sociedade angolana, para que fique definitivamente afastado da nossa realidade o espectro da guerra”, disse, na altura, o Presidente da República, afirmando que o país quer continuar a consolidar a paz e a reconciliação nacional e avançar para o progresso económico e o bem-estar social.
O tema da emigração de jovens para os outros continentes mereceu a atenção do Chefe de Estado, que encorajou os Governos a continuarem a trabalhar na electrificação e industrialização do continente, melhorar as infra-estruturas, aumentar a oferta de bens e de serviços para as populações e de postos de trabalho para os jovens, satisfazer as necessidades em matéria de ensino e formação, para que o continente prospere de maneira sustentável.
"É minha convicção que, com perseverança, podemos alcançar este nível de satisfação das nossas necessidades e avançar para uma etapa em que a África que queremos, sem precariedade e com maior previsibilidade, nos proporcione uma vida em paz com cada um de nós mesmos, se torne atractiva, inclusiva e resiliente”, frisou João Lourenço.
Acrescentou que esta África deve privilegiar o diálogo ao conflito, por forma a que cada indivíduo se transforme naturalmente num agente promotor da paz colectiva.
A preservação e utilização sustentável dos recursos marinhos e de protecção da costa marítima do continente africano foi vista pelo Presidente angolano como vector de progresso económico e de transformação social das comunidades ribeirinhas e dos países, no geral, pelo potencial que oferece em termos de recursos valiosos para as suas economias.
"Precisamos de encontrar e aplicar com sabedoria, coragem, unidade e sentido patriótico, a fórmula que colocará os nossos abundantes recursos humanos de dentro e da diáspora, os recursos minerais, florestais, hídricos e outros, ao serviço do real desenvolvimento económico e social do continente, ombreando com a prosperidade de outros continentes”, realçou o Chefe de Estado.
A sessão de abertura da 2ª Edição do Fórum Pan-africano para a Cultura de Paz - Bienal de Luanda - contou com a presença dos Presidentes da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, do Congo Brazzaville, Denis Sassou Nguesso, da República Democrática de São Tomé e Príncipe, Carlos Manuel Vila Nova, e de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Contou ainda com a presença dos Vice-Presidentes da República da Costa Rica, Epsy Campbell Barr, e da Namíbia, Nangolo Mbumba.
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