Política

Angola e UNESCO avaliam preparativos para a 3ª edição da Bienal de Luanda

César Esteves

Jornalista

A ministra de Estado para a Área Social, Dalva Ringote, recebeu, terça-feira, na sala de reuniões do ex-Centro de Documentação e Informação, na Cidade Alta, o director regional para a África Central da UNESCO, Paul Raymond Coustere, com quem abordou as condições e o plano de trabalho referentes à 3ª edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz em África "Bienal de Luanda", que o país vai albergar de 12 a 14 de Outubro deste ano.

15/03/2023  Última atualização 08H45
Ministra de Estado para Área Social, Dalva Ringote, recebeu o director da UNESCO para África Central, Raymond Coustere © Fotografia por: Dombele Bernardo | Edições Novembro
Durante o encontro, as partes reviram os termos do acordo entre o Governo de Angola e a UNESCO, no que diz respeito à organização e realização da 3ª edição da Bienal de Luanda, o modelo institucional de governação do evento, o projecto de formação "doutoral" em engenharia, ciência e inovação, além das actividades paralelas que serão desenvolvidas na véspera da realização da Bienal, como o Festival Internacional do Kongo edição 2023, também conhecido de  Festikongo.
À saída da audiência, Raymond Coustere avançou à imprensa que o encontro permitiu passar em revista o estado dos preparativos da Bienal de Luanda edição 2023, que se vai subordinar ao lema "Educação, Cultura de Paz e Cidadania como Ferramentas Para o Desenvolvimento Sustentável do Continente”.
"Os prazos já começam a ficar apertados", realçou o diplomata, para quem esta é a primeira das várias reuniões a serem realizadas no quadro dos preparativos da Bienal.
Paul Raymond Coustere ressaltou que vai aproveitar a sua presença em Angola para manter encontros de trabalho com outros parceiros essenciais na cadeia de desenvolvimento e cooperação entre Angola e UNESCO."Já tivemos reuniões com o Ministério da Educação e, hoje, vamos estar com outros ministérios, com vista ao reforço de outros projectos e programas", frisou.
O Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz em África, mais conhecido por Bienal de Luanda, foi instituído pela decisão nº 558/XXIV e adoptado durante a 24ª Sessão da Assembleia de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que orientou o Governo de Angola a materializá-lo em concertação com a UNESCO e a União Africana.
A Bienal de Luanda é uma plataforma de discussão e concertação transfronteiriça, que tem como objectivo promover as acções que contribuam para o fortalecimento do movimento Pan-africano e a manutenção de uma cultura de paz e não-violência no continente e no mundo, ancorados nas aspirações da União Africana, isto é, no compromisso de garantir uma África integrada, pacífica e próspera, em que os seus filhos assumam uma posição solidária nos processos de transformação económica e social em curso.
4ª edição da Bienal
Além da 3ª edição, o país vai acolher, também, a 4ª edição da Bienal da Paz e do Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz em África, prevista para 2025, igualmente em articulação com a UNESCO e a União Africana.
De modo a permitir o início dos preparativos destes eventos, o Presidente da República, João Lourenço, exarou, no ano passado, um Despacho por via do qual actualiza a Comissão Multissectorial encarregue de preparar as condições para a realização dos mesmos. O interesse para a activação do ciclo de preparação da terceira edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz em África, em Luanda, aconteceu em Addis Abeba, Etiópia, durante um encontro entre o então embaixador de Angola naquele país e representante permanente junto da União Africana (UA) e da Comissão Económica das Nações Unidas para África (CEA), Francisco da Cruz, e a directora do Escritório da UNESCO junto da União Africana, Rita Bissoonauth.
Na ocasião, Bissoonauth salientou que a Organização augura que a III Bienal de Luanda tenha como um dos principais temas a Educação, por ser um importante pilar para o desenvolvimento da Humanidade.
A segunda edição da Bienal da Paz e do Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz em África de Luanda ocorreu em Novembro de 2021, de forma híbrida, sob o lema "Artes, cultura e património: alavancas para construir a África que queremos”.
Ao intervir no acto, que contou com a presença de vários Chefes de Estado, o Presidente da República destacou que a Bienal de Luanda transformou-se numa aliança de parceiros, onde se congregam Governos, agências das Nações Unidas, União Africana, União Europeia, membros da organização dos Estados da África, Caraíbas e Pacífico, universidades e Organizações Não-Governamentais.
O Chefe de Estado, que ostenta, neste momento, o título de "Campeão para a Reconciliação e Paz em África”, atribuído pela União Africana, como reconhecimento do seu engajamento para a pacificação no continente, referiu que essas instituições se associam num esforço comum de promoção da paz, tendo na cultura o seu principal suporte para a realização dos objectivos que traçou, pois trata-se de uma vertente que ajuda a construir pontes entre povos e nações, pela linguagem de entendimento fácil que nos proporciona a todos.
O Presidente acrescentou que, com base nos seus valores culturais próprios, através da música, teatro, dança, artes, desporto e outras manifestações culturais, os povos estabelecem, entre si, um diálogo inter-geracional e intercultural ao nível das nações, o que, como sublinhou, cria um espaço de convivência, compreensão e de entendimento entre todos, além de consagrar a importância da preservação da concórdia, amizade e o respeito pelas diferenças.
"Somos um continente com uma vasta população jovem e com uma ampla e diversificada riqueza cultural, onde o traço de união singular consubstancia-se na nossa forma alegre de viver e de estarmos juntos, sempre em sã convivência”, ressaltou, naquela ocasião, o Chefe de Estado.

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