O documento foi assinado, pela parte angolana, pelo ministro das Relações Exteriores (MIREX), Téte António, e, da parte ivoiriense, pela ministra de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Integração Africana e Diáspora, Kanda Camissoko Camara.

Angola e a Côte d’Ivoire preparam, no quadro do reforço das relações bilaterais, a realização, ainda este ano, em Luanda, da primeira Comissão Bilateral Mista. Sobre este assunto, uma nota do MIREX avança que Angola considera de elevada importância e urgente a criação das condições necessárias para a realização deste evento.

"A República da Côte d’Ivoire pode ser um parceiro, por excelência, da República de Angola, tendo em conta o crescimento económico que tem registado na última década, com uma média de crescimento real do Produto Interno Bruto de 8,2 por cento, entre 2012 e 2019, mantendo esta tendência durante a pandemia”, lê-se na nota.

O documento do MIREX acrescenta que Angola pode, no âmbito da diversificação da sua economia, que tem vindo a dar um maior pendor ao domínio da Agricultura, beber da experiência ivoiriense, que, para além de ser considerada auto-suficiente, do ponto de vista alimentar, é sustentada, essencialmente, pela produção do café, cacau e caju, além da investigação científica.

"Relativamente aos sectores da Saúde, Educação e Infra-estruturas, o potencial também é imenso e, neste contexto, este encontro serviu para muitas concretizações que poderão ser feitas entre os dois países”, destaca a nota.

A deslocação do chefe da diplomacia angolana a Abidjan visa, segundo a nota, reforçar os laços de amizade existentes entre os dois povos e relançar as relações de cooperação, assim como avaliar o estado actual, com a identificação de novas áreas para o seu aprofundamento.

A deslocação de Téte António àquele país serviu, igualmente, para promover a troca de pontos de vista sobre assuntos relevantes de carácter nacional, regional, continental e internacional e de interesse comum. O ponto alto da presença de Téte António em Abidjan foi a entrega de uma mensagem do Presidente João Lourenço ao homólogo daquele país.

As relações diplomáticas entre Angola e a Côte d’Ivoire são suportadas por alicerces históricos e estas têm ganhado mais força nos últimos anos, com a manifestação, pelos estadistas dos dois países, da necessidade de um maior aprofundamento e a consolidação das relações, com vantagens recíprocas, tendo em conta as potencialidades disponíveis nos dois países.

Contactos diplomáticos

O ministro das Relações Exteriores manteve, neste mesmo dia, um encontro de cortesia com o representante especial da União Africana na Côte d’Ivoire, Josephine Carlotte Mayuma, durante o qual trocaram impressões sobre o modo e funcionamento daquela organização intercontinental.

A União Africana é constituída por 55 Estados-membros e tem como foco principal a promoção e integração entre os países do continente africano nos mais variados aspectos.

O Bloco foi fundado a 26 de Maio de 2001, em Addis Abeba, Etiópia, e lançado a 9 de Julho de 2002, em Durban, África do Sul. A organização dedica-se, entre outras, à promoção da democracia, direitos humanos e desenvolvimento económico de África, com realce para o aumento do investimento estrangeiro, por meio do programa Nova Parceria para o Desenvolvimento do continente.

  Encontro com embaixadores da CPLP

Na sequência dos contactos diplomáticos encetados em Abidjan, Téte António manteve, igualmente, um outro encontro de cortesia com os embaixadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) acreditados na Côte d’Ivoire.

O encontro aconteceu no princípio da noite de segunda-feira, nas instalações da Embaixada de Angola em Abidjan e serviu para troca de informação no âmbito da CPLP.

Téte António tomou, nesta ocasião, conhecimento sobre a criação, no dia 15 de Março, do Grupo da Comunidade de Língua Portuguesa na Côte d’Ivoire, que terá um fórum multilateral privilegiado para o aprofundamento da amizade mútua, de concertação político-diplomática e de cooperação entre os seus membros. Um dos objectivos deste grupo vai consubstanciar-se, fundamentalmente, na realização de encontros de trabalho e actividades de âmbito sócio-culturais, que sejam inclusivos e que garantam uma convivência saudável e harmoniosa entre as comunidades de língua portuguesa a viver naquele país.