O multilateralismo é a melhor opção para dar resposta aos diversos e complexos desafios do actual contexto da política internacional dos Estados e das instituições, defendeu, ontem, em Luanda, o ministro das Relações Exteriores, Téte António.
Angola juntou-se, domingo, aos demais Estados-membros, numa sessão especial organizada pelo Conselho Executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a precaridade da situação sanitária em Gaza, território palestino ocupado, por Israel.
O bastonário da Ordem dos Advogados de Angola (OAA), Luís Paulo Monteiro, disse, ontem, em Luanda, que os países africanos devem ter uma agenda própria sobre a conjuntura das alterações climáticas por poluirem menos em relação ao Ocidente.
Ao intervir no encerramento da XXIII Conferência e Assembleia-Geral Anual da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC-LA), Luís Paulo Monteiro explicou que não pode haver equiparação de modelos em termos de ambiente, uma vez que o Ocidente e a Ásia, concretamente a China, poluem "muito mais” do que os Estados africanos.
"Na verdade, existe um catálogo que se aplica aos países ocidentais, porém o mesmo não deve ser aplicado aos países africanos, pois poluímos menos do que eles. Esse catálogo, que existe no Ocidente, deve ficar para o Ocidente. Penso que há uma tendência de se generalizar, dizendo que o combate às alterações climáticas é de todos nós, mas que, no fundo, a África é quem sofre” mais, lamentou Luís Paulo Monteiro.
Neste caso, acrescentou, deve existir efectivamente um paradigma próprio, estudado por especialistas, ambientalistas na área, mas que "não seja um catálogo que já existe para os países ocidentais” que, segundo o bastonário, têm estado a tentar, com algumas ONG, passar para os africanos.
Em relação à conferência, o representante angolano deu nota positiva ao certame, sublinhando que espera que os assuntos abordados, as discussões e contribuições dos causídicos das ordens dos advogados da SADC-LA sejam, de facto, um compromisso para seguir em frente no que diz respeito às perspectivas futuras na região.
Por seu turno, o advogado angolano Filipe Yohuma partilha da ideia do bastonário, defendendo a necessidade de se pensar de que forma a África deve contribuir nas questões das alterações climáticas.
Para Filipe Yohuma, o continente tem a responsabilidade de encontrar uma agenda interna para discutir e, por conseguinte, pôr definitivamente fim à problemática da dependência ocidental.
"Não podemos ficar sempre na dependência internacional. A África deve discutir os seus reais problemas. Querem sempre fazer-nos parecer que estamos com um discurso de minimização, de que o clima é um problema global. O africano sofre muito mais com essa questão das alterações climáticas”, alertou.
O defensor, lembrou, no entanto, a questão da dívida climática relativamente ao continente africano, que nunca se fala como deverá ser feito o pagamento da mesma, quando os mais poluentes e aqueles que mais contribuem para as alterações climáticas são os países desenvolvidos.
SADC-SAYOF pede reconhecimento dos problemas do clima
A representante do Fórum da Juventude da África Austral, uma Plataforma de Desenvolvimento Regional para a Juventude na SADC-SAYOF, Laurel Kivuyo, disse que cada um dos africanos deve reconhecer os problemas da crise climática, tendo missões e ambições.
Segundo Laurel Kivuyo, devemos lutar contra as mudanças climáticas, trabalhar de forma "incansável” e combater estes fenómenos para garantir que tenhamos um futuro sustentável na região da SADC.
"Cada um de nós tem de reconhecer os problemas da crise climática. Não é um problema de ontem, mas é um problema de hoje. Não é apenas um chamado dos advogados, mas é um chamado que faço a todos da África Austral, independentemente da sua profissão. Temos um papel a desempenhar que se cinge aos jovens, às mulheres e também às crianças nas comunidades”, finalizou.
Zâmbia avisa sobre perigos das alterações climáticas
O presidente da Associação de Advogados da Zâmbia, Lungisani Zulu, avançou que a alteração climática representa um problema que merece ser levado com um grau de "seriedade”, devido aos perigos para o universo.
"Se nós não levarmos a sério essa missão, o planeta em que vivemos não mais existirá. A agenda da mudança climática chama-nos à responsabilidade sobre os perigos colocados à humanidade pela mudança climática”, avisou.
Por isso, salientou, enquanto advogados, a classe deve preocupar-se e desempenhar um papel significativo na agenda da mudança climática.
"Os advogados da SADC-LA têm de ajudar com políticas concretas. Nós podemos desempenhar o nosso papel de uma forma melhor e dar a oportunidade ao Planeta de ultrapassar as problemáticas do clima. Muitos movimentos internacionais de advogados têm saído às ruas para falar sobre questões climáticas. E, portanto, podemos tomar uma posição em desempenharmos muito mais os papéis relacionados à agenda da mudança climática”, aconselhou Lungisani Zulu.
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